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Pequeno grande público

12 de set. de 2010

IRINÊO BAPTISTA NETTO
Em um fenômeno curioso, filmes para crianças se mostram mais ousados e maduros do que várias produções pensadas para adultos

Um aceno para os adultos: Meu Malvado Favorito faz referência a uma cena marcante de O Poderoso Chefão, com Marlon Brando

Meu Malvado Favorito tem uma cena com Gru, o protagonista, acordando pela manhã e afastando as cobertas para descobrir algo que foi colocado na sua cama enquanto dormia. Ele vê o objeto e grita: “Aaaaahhhhhhh!!!”.


Para uma criança, a cena não tem nada demais. Porém, um adulto com algum interesse em cinema não terá problema em reconhecer nela uma citação ao primeiro O Poderoso Chefão (1972), de Francis Ford Coppola, quando um produtor de cinema se recusa a fazer um favor para Vito Corleone (Marlon Brando) e acorda pela manhã com a cabeça de seu cavalo na cama toda ensanguentada.

Até pouco tempo atrás, essa referência seria encarada como uma piscadela dos realizadores para os adultos que estivessem acompanhando suas crianças. Uma forma de dizer que eles fazem filmes infantis sem esquecer os espectadores mais velhos e maduros. Algumas animações fazem isso com piadas – como a de Meu Malvado Favorito –, outros conseguem criar histórias inteiras capazes de envolver tanto os pequenos quanto os grandes.

Pense, por exemplo, na Pixar, o estúdio de John Lasseter comprado pela Disney de onde saíram Carros (2006), Ratatouille (2007), Wall-E (2008) e outras animações.
 
Todas têm várias camadas de leitura – mais ou menos como uma cebola – e o público vai descascando as interpretações que puder na medida em que tiver ferramentas para isso.


Assistindo ao desenho Up – Altas Aventuras (também da Pixar), uma criança pode ver a aventura de um velhinho ranzinza com um menino escoteiro numa casa voadora, enquanto um espectador experiente pode tirar da história outros significados: o velhinho desiste da vida depois de perder a mulher e se agarra à casa (e ao passado) com todas as forças que tem. É, enfim, um peso que nem todos os balões do mundo podem carregar.

É difícil apontar com certeza quando esse movimento dos estúdios de animação começou. Al guém pode dizer que Walt Disney (1901-1966) já fazia filmes com várias camadas de interpretação e não estará errado. No entanto, a onda recente foi embalada pelo sucesso da Pixar, o que fez outros profissionais entrarem no clima das produções infantis que entretêm também os adultos.

Anos perseguindo boas narrativas acabou criando, na última década e meia – o primeiro Toy Story é de 1995 –, um fenômeno curioso. Em meio às produções que a indústria do cinema norte-americano coloca no mercado a fim de ganhar o dinheiro das multidões (inclusive o seu), existem hoje desenhos tematicamente mais ousados e emocionalmente mais maduros do que vários filmes pensados para o público adulto.

Não à toa, o terceiro Toy Story, que encerra a série, lançado em junho passado no Brasil, mostra uma das cenas mais emocionantes da história dos filmes infantis. Uma que deixa no chinelo a morte da mãe do Bambi (1942).

Por causa de uma artimanha do ursinho roxo Lotso, o grupo li derado pelo astronauta Buzz Lightyear e pelo caubói Woody está prestes a morrer num incinerador. Eles não têm saída, mas ainda não se deram conta disso. Estão presos em meio a destroços pensando numa forma de escapar. Jessie diz que precisam fazer alguma coisa – qualquer coisa – e, quando ela se vira para Buzz, ele está com um olhar que diz: “Nós vamos morrer, Jessie, e tudo que podemos fazer agora é dar as mãos”. Então Buzz estende a sua para Jessie, que pega a mão de outro personagem e, logo, todos estão de mãos dadas prontos para o fim.

Uma criança pode não se dar conta, mas o olhar de Buzz para a vaqueira Jessie (o amor da sua vida) dói fundo nele. Toy Story 3 mostra o dono dos brinquedos, o garoto Andy, a caminho da universidade. Ele terá de deixar o boneco Woody e todos os outros para trás. Aqueles que tiverem sorte ficam numa caixa no sótão da casa. Os demais podem acabar numa creche como reféns de crianças que mais parecem terroristas.

O adolescente terá de decidir o que fazer antes de as aulas começarem e o desfecho desse drama é lindo. Num mundo onde a regra é infantilizar espectadores e consumidores, tem-se um desenho falando sobre amadurecimento, sobre o fim da infância e a necessidade de passar para a fase seguinte, a adolescência (essa, sim, virtualmente intransponível para muitos nos dias de hoje).

Gênio japonês

Tente imaginar um filme infantil em que a mãe e o pai de uma menininha viram porcos e ela acaba trabalhando como escrava numa casa de banhos japonesa, escovando ba nheiras e alimentando fornalhas en quanto pensa numa forma de sal var a si mesma e os pais. Ela é subjugada por uma bruxa bizarra, mãe de um bebê gigante, e vira alvo de afeto de uma criatura grotesca que come o que vê pela frente e “fabrica” ouro com as próprias mãos, talento que faz todos a adularem. O termo “infantil” não dá conta do cinema de Hayao Miyazaki, gênio por trás de A Viagem de Chihiro (2001).

Tampouco os filmes surreais de Miyazaki são “adultos”. O melhor a fazer é desistir de encaixá-los numa faixa etária e aceitá-los como “reveladores”. O Castelo Animado (2004) e Ponyo (2008), outros dois trabalhos do cineasta japonês, têm em comum com Chihiro o fato de mostrarem para a criança um universo estranho, fantástico e, por vezes, aterrorizante. Para o adulto, esses desenhos representam uma chance de experimentar (ou o verbo seria lembrar?) os medos e anseios da infância.

Pensadas para um público que mal tem idade para ler legendas, as animações de Miyazaki e da Pixar se tornaram redutos possíveis para adul tos que gostam de cinema e de testam ser tratados como imbecis.
 
Família


Alguns filmes infantis revelam visões de mundo interessantes. Veja, por exemplo, a forma como a família é retratada.

Normais

Nos filmes produzidos pela Pixar, a família tem sempre uma organização peculiar. Com exceção de Os Incríveis (2004), com pai, mãe e três filhos no centro da trama (embora o bebê fique em casa), os outros desenhos oferecem leituras atuais da organização familiar.

Mães

Andy, o menino de Toy Story (1995), tem a mãe por perto e o pai nunca é mencionado. Em Procurando Nemo (2003), a mãe do protagonista morreu e passa a ser criado pelo pai. Vida de Inseto (1998), por ser ambientado num formigueiro, tem uma profusão de mães (rainha, futura rainha, princesa) e nenhuma figura paterna (a não ser que você considere o gafanhoto Hopper um pai do tipo tirânico).

Pais

Em Carros (2006), Relâmpago McQueen e o velhão Doc desenvolvem uma relação de pai e filho. Algo parecido acontece em Up – Altas Aventuras (2009), quando o menino Russell (que tem mãe e reclama que o pai nunca está por perto) se apega ao velhinho Carl. Nesse caso, é como se fossem avô e neto.

Alternativa

Em Monstros S/A (2001), a família da menininha Boo não aparece em momento algum, mas ela é curiosamente “adotada” por Sully e Mike. Rémy, o personagem central de Ratatouille (2007), é um rato de esgoto que vive sob o jugo do pai, o líder da colônia. Mães não são mencionadas. Wall-E (2008), na condição de robô, não parece ter nenhum anseio ligado a quem o criou.
 
da Gazeta do Povo

Leitor escolhe capa da Rolling Stone: Dilma, Serra ou Marina?

10 de set. de 2010

A edição de setembro da Rolling Stone Brasil traz três capas para o leitor escolher a sua preferida. A revista chega às bancas nesta sexta-feira (10/9), com capas dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), e tiragem e distribuição iguais para as três versões.


A revista tem 15 páginas de entrevistas, cinco para cada político. Os candidatos falam sobre a legalização da maconha, o combate à corrupção, preferências literárias e musicais, direitos aos gays, juventude e política, entre outros temas.
 
 


Video Locadoras: um negócio fadado ao fim

Maringá é responsável por 20% das locadoras de filmes do PR

Que a situação está brava para todos os que mantêm videolocadoras, parece não haver controvérsia. Com o avanço da pirataria, a difusão das TVs por assinatura e a facilidade de baixar filmes pela internet, os pontos de locação foram minguando por todo o Brasil - no Paraná, o Sindicato das Videolocadoras (Sindivídeo-PR) estima que, de 2006 para cá, 70% dos estabelecimentos foram extintos. "Estamos em sobrevida", confessa o presidente do sindicato, Jorge Luiz Hein, que não esconde ter uma visão pessimista.


Em Maringá, quem se arriscar a conversar sobre a situação do mercado com donos de videolocadoras certamente também ouvirá reclamações.



Marcelo Manilia, dono de locadora: para cativar o público infantil, usa fantasia e distribui doces
 
Esbravejando ou não, no entanto, os representantes da área na cidade conseguem se manter em número expressivo: a prefeitura conta 88 videolocadoras abertas, "tirando as de fundo de quintal, que não têm registro", de um total de 500 ainda abertas no Estado, de acordo com dados do Sindivídeo.
 
Para um município que representa aproximadamente 3,5% da população paranaense, deter quase 20% das videolocadoras é um dado de respeito.


Os números frios, contudo, não são tão relevantes quanto a realidade, que pode ser vista nas ruas: se a estatística provavelmente está superestimada graças a proprietários que não fecham suas empresas ao encerrar as atividades, é inegável que a cultura de locação de vídeos em Maringá ainda está muito mais entranhada do que em municípios de porte semelhante, como Foz do Iguaçu e Londrina.

Aqui, além de filiais ou franqueados de redes nacionais, as locadoras ainda sobrevivem como negócio familiar, espalhadas por diversos bairros da cidade. O segredo da sobrevivência está apoiado em três pontos: diversificação dos negócios, combate à pirataria e ¿ principalmente ¿ preços baixos, para a alegria dos cinéfilos locais.
 
O preço estimado da locação de DVD no Paraná está em torno de R$ 5,50, segundo o Sindivídeo; em Maringá, se alguém quiser alugar um filme acima de R$ 4, necessariamente terá se dirigir a uma das duas grandes redes instaladas na cidade. Nas locadoras de bairro, o preço fica entre R$ 1,50 e R$ 3,50, a depender do status do filme, ou seja, se se trata de um lançamento ou se é um título já do catálogo.
 
Internet é a inimiga nº 1 das videolocadoras
 
Os preços baixos das videolocadoras em Maringá, atraentes para os consumidores, não soam tão belos assim para os proprietários. Marco Antônio Franciscon, dono de uma das lojas da rede maringaense Águia Negra, lamenta as condições dos negócios.


"Estamos trabalhando com preços muito abaixo do mercado, mas é o que nos mantêm." Para ilustrar a queda no rendimento, o proprietário conta que, em 2005, alugava um filme em VHS por R$ 4,50. Agora, mesmo com o avanço da tecnologia e alguma inflação, oferece aluguel de DVDs por praticamente metade do preço. "Desde 2006, estamos ladeira abaixo."

Franciscon acha que o número de 88 videolocadoras em Maringá é um exagero. Na ponta do lápis, conta menos de 50 estabelecimentos abertos na cidade. "E de um ano para cá, não abriu mais nada." Para se adaptar às demandas do mercado, as videolocadoras tiveram de diversificar seus serviços.

"Não conheço nenhuma que não ofereça hoje conveniência e serviço de lan house." A mídia blu-ray, tida por muitos como um alento para o negócio, por ainda ser imune à pirataria, não causa muito entusiasmo no proprietário. "Desde 2006 para cá, houve 5% de aumento na saída de blu-ray. É esse o negócio tão promissor?" O presidente do Sindivídeo compartilha a visão negativa. "As distribuidoras querem nos empurrar o blu-ray como a salvação da lavoura, mas não é nada disso."

Franciscon só alivia um pouco seu tom de tristeza ao comparar a situação maringaense com a de outras cidades próximas. "Aqui, pelo menos, não temos pirataria oficializada, como em Londrina. Em Foz, então, não sobrou nada [de videolocadoras]."

A prefeitura de Londrina informa que há 33 videolocadoras abertas na cidade; o número, já inferior ao de Maringá, não resiste a uma pesquisa na lista telefônica, onde não se podem contar dez estabelecimentos.

Mais do que a pirataria - "isso sempre existiu, mesmo em VHS" -, a maior ameaça ao negócio, para Franciscon, é a aparição de outras formas de entretenimento juntamente com a rapidez para se baixar filmes na internet. Seu veredicto, no entanto, é otimista. "Quem ficou até agora sobrevive."

Há 23 anos com o mesmo ponto em Maringá, Marcelo Manilia, proprietário da Fantasy Videolocadora, tem de investir em atividades muito além da simples locação de vídeos para manter seu estabelecimento.

"Já fui pessoalmente retirar um camarada que estava montando banquinha de DVDs piratas aqui na rua. Queimei a cara, o sujeito me ameaçou, mas não tem outro jeito." Para cativar as crianças, Manilia deixa seu lado ator fluir, fazendo brincadeiras, usando fantasias e distribuindo doces. "A criança lembra e depois fala para o pai ir na locadora daquele tio maluco."

O aspecto familiar é justamente um dos itens apontados por Manilia como essenciais para a perseverança das videolocadoras em Maringá. "A cidade cresceu, mas ainda tem elementos provincianos positivos; conseguimos agregar a família para ver um filme."

O grande acervo de filmes clássicos é motivo de orgulho para o proprietário, que investe no gênero por ser barato, não perder valor e sempre manter um nicho de pessoas interessadas. "Diferenciais e atenção fidelizam o cliente. Tem gente que só vem aqui para bater papo. É o que chamamos de barriga de balcão", diverte-se.
 
do Diário do Norte do Paraná

Curitiba é capital com maior transtorno do trânsito

9 de set. de 2010

Cidade lidera ranking nacional com maior frota per capita — 1 carro para cada 1,53 pessoas

Os transtornos causados pelo crescimento acelerado da frota brasileira de carros afetam principalmente as cidades grandes, a partir de 400 mil habitantes. Um levantamento que cruza a população, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e os dados da frota de abril deste ano disponibilizados pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), coloca Curitiba no topo do ranking do número de carros per capita. Com 1,8 milhão de habitantes,a cidade que exportou ao mundo o modelo de transporte coletivo com base em corredores de ônibus, aparece em primeiro lugar quando o assunto é frota nas capitais: um carro para cada 1,53 pessoas. Se forem levadas em contas as cidades com mais de 400 mil habitantes, Curitiba só perde para a cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, com um carro para cada 150 pessoas.


Já São Paulo, cidade com a maior frota absoluta de carros, fica em um modesto 8º lugar, com um carro para cada 1,77 pessoas. As outras capitais da região Sul também ficam bem atrás de Curitiba. Florianópolis (SC), com 408.161 habitantes e 248.673 carros, um carro para cada 1,64 pessoas. Porto Alegre, por exemplo, tem um carro para cada 2,10 pessoas, o que deixa a capital gaúcha em 20º lugar no ranking de cidades com mais de 400 mil habitantes.

"A lista das localidades com maior ocorrência de carros por habitantes está diretamente ligada ao poder econômico. Essas são cidades ricas e com grande concentração de empregos", diz o presidente da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), Aílton Brasiliense.

Ele aponta que a opção pelo automóvel é resultado de três fatores: status, má qualidade do transporte público e flexibilidade de tempo. "São fatores que levam a pessoa a preferir o veículo individual. Não eram todos que podiam se dar a esse luxo no passado, mas hoje as condições econômicas facilitam.", diz Brasiliense.

Tráfego e Violência — Com o incentivo da expansão de crédito e isenção de impostos, já são 35,3 milhões de carros no País — 66% a mais que em 2001. Em 2005, o Brasil ocupava a 10ª colocação entre os principais países vendedores de carro, saltando para o 4º lugar neste ano, quando ultrapassou a Alemanha. O aumento dos congestionamento em ruas e estradas e o crescimento dos acidentes de trânsito são os principais efeitos do aquecimento das vendas. Levantamento divulgado na semana passada pelo IBGE mostrou que os acidentes de trânsito já matam mais que os homicídios em oito Estados brasileiros. São Paulo, Santa Catarina e Paraná, Estados com cidades em posição de destaque no ranking de carros por mil habitantes, estão entre eles.

O caso de Santa Catarina é o que mais chama a atenção. Com três cidades entre as mais motorizadas, possui a menor taxa de homicídio brasileira (10,4 por 100 mil habitantes) e a segunda maior taxa de mortes em acidentes por transportes (32,7 por 100 mil habitantes). "Se a quantidade de carros já é muito alta, para piorar, as estradas litorâneas de Santa Catarina recebem um número excessivo de turistas. Em Florianópolis, os grandes congestionamentos são um dos fatores que mais aborrecem a população", diz o diretor-geral do Detran no Estado, Vanderlei Russo.

Especialistas atribuem o grande crescimento da frota na região de Campinas à construção de condomínios residenciais fechados. "São pessoas que já eram adeptas do automóvel, mas que aumentaram ainda mais o uso porque o transporte coletivo não atende com qualidade a esses condomínios mais afastados", diz Guimarães.
 
do Jornal do Estado

Vivendo com TI-TI-TI

8 de set. de 2010

Não é de hoje que a televisão influencia tendências e Ti-Ti-Ti, é um dos maiores exemplos deste fenômeno. Ao lado de outra trama global Passione, estamos diante um festival de penteados e bolsas que movimentam o comércio e despertam o desejo de muitos consumidores.

Móveis


Conversando com grande parte das lojas, fica evidente que a moda que é apresentada na novela vem do cotidiano. Um exemplo claro disso é a moderna cadeira vermelha em acrílico transparente DKR, usada nesta cena acima, que combina no ambiente de trabalho com a clássica escada branca com corrimão de ferro.

Os sofás também são sucesso, assim como a decoração informal com caixinhas de madeira do tipo báu e
cortinas coloridas, como mostra a imagem abaixo!

Cabelos


Um dos cortes campões é a da personagem Luisa, vivida por Guilhermina Guinle. Extremamente curto nas laterais com um leve moicano, o cabelo faz sucesso em vários salões.

"É uma inspiração este corte e mutias pessoas pedem mesmo" afirma Cristiane Machado, a Jean Louise David, que completa ainda que o publico masculino também está pedindo alguns cortes dos personagens.
 
Roupas


A moda da novela tem adereços, lenços e ombreiras, ou seja, extravagante em alguns momentos.  Um exemplo é Jacques Leclair, vivido por Alexandre Borges, que abusa de lenços no pescoço. Faz um verdadeiro desfile de moda com variadas cores e estampas. O acessório é curinga, pode ser usado tanto por homens como por mulheres.
 
Outro exemplo é de como a novela dita moda é o retorno que ela promove de um ícone dos anos 80: As polainas! Ela faz parte do figurino da atriz Juliana Paiva, que interpreta o papel que já foi de Malu Mader no folhetim original. Já anda pelas ruas, usadas com calça skinny, legging e corsário.




do Hagah

Gazeta e RPC-TV estreiam site para ajudar eleitor a conhecer candidatos

1 de set. de 2010

Portal mostra dados, perfil de candidatos e entrevistas em vídeo


Os eleitores paranaenses ganham a partir de hoje uma poderosa ferramenta para ajudar a escolher em quem votar nas próximas eleições. Estreia hoje no site do Voto Consciente da RPC TV/Gazeta do Povo o Portal dos Candidatos – Candibook –, onde os internautas poderão conhecer melhor os postulantes a cargos públicos no pleito do dia 3 de outubro.


O portal trará um perfil completo de cada candidato (formado a partir de um questionário padrão), foto, nome e número de urna, além de um grande diferencial: uma entrevista em vídeo de aproximadamente dois minutos com os concorrentes.
 
São quase mil páginas, uma para cada candidato a deputado estadual, federal, senador e governador no Paraná. Até agora já foram construídos mais de 900 perfis dos candidatos, com cerca de 400 entrevistas em vídeo, que somam cerca de 13 horas de material gravado.


A equipe de seis integrantes se revezou em dois turnos para entrar em contato com todos os candidatos de cada um dos 26 partidos (todos foram avisados oficialmente, com entrega de regulamento em mãos).

No site, o eleitor poderá saber qual é o partido do candidato, onde nasceu, cidade onde vive atualmente, qual é a religião que segue, para qual time torce e se já ocupou cargo público. Além disso, nas entrevistas em vídeo será possível saber um pouco mais a fundo quais são as propostas e as intenções de cada candidato. Também haverá links para as páginas pessoais de cada candidato, como sites, blogs e mídias sociais (Twitter, Orkut e Facebook).

Consulta

O editor-executivo de Vida-Pública da Gazeta do Povo, Eduardo Aguiar, resume o objetivo do projeto: “A intenção é oferecer ao eleitor uma boa fonte de consulta sobre os candidatos. Ao contrário do horário eleitoral no rádio e na tevê, o Portal permite que o cidadão se informe a respeito dos postulantes a cargos públicos a qualquer hora, sempre que desejar. E de forma ainda mais aprofundada quando começarem a ser publicadas as entrevistas em vídeo.”

Silvia Zanella, editora-executiva de Internet, ressalta o momento que o mundo da comunicação vive com os vários formatos que a internet permite. “As eleições deste ano são consideradas da era da internet e das mídias sociais. O objetivo do projeto foi ser o mais multimídia possível e, dentro desse espírito, procuramos construir uma verdadeira teia de informações.”

O portal poderá, se usado em todo o seu potencial, ser um aliado dos eleitores durante o mês que antecede o pleito. “Com todas essas informações em mãos, esperamos que o Candibook seja um companheiro fiel do eleitor neste período pré-eleitoral”, completa Eduardo Luiz Klisiewicz, editor do Candibook.

Parceria

Aguiar também destaca a importante parceria com o site Vigilantes da Democracia, um projeto da rede de Participação Política, uma iniciativa da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) com apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que monitora o trabalho dos atuais deputados estaduais, federais e senadores. “É uma ótima ferramenta para ver como se comportou o parlamentar durante o mandato”, diz.

Acesse o Portal dos Candidatos


No Candibook você poderá encontrar o perfil de candidatos e vídeos com entrevistas. O endereço do portal é www.rpc.com.br/votoconsciente/candibook
 
da Gazeta do Povo

Número de fumantes no país caiu 45% em 19 anos

31 de ago. de 2010

A proporção de fumantes na população brasileira caiu 45% em 19 anos, mas a exposição crescente dos jovens ao fumo preocupa cada vez mais as autoridades de saúde. A conclusão é da Pesquisa Especial de Taba gismo (PETab), do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que entrevistou 39.425 pessoas com mais de 15 anos em todo o país. Em 1989, 33% dos brasileiros consumiam cigarros. Duas décadas depois, esse índice caiu para 18%, o equivalente a 25 milhões de fumantes.


Para o técnico da Divisão de Epidemiologia do Inca, André Skol, a proibição do fumo em ambientes fechados, o investimento em propaganda antitabagista e o aumento dos impostos explicam a queda. “A veiculação de imagens sobre os malefícios do cigarro foi um dos aspectos mais importantes. Pesquisas feitas em vários países apontam que quem vê essas imagens pensa imediatamente em parar de fumar. Embora o maior passo seja partir para a ação e parar efetivamente, esse já é um grande avanço”, afirma.

Ainda de acordo com a PETab, a idade média em que o brasileiro com menos de 30 anos começa a fumar é 17 anos. Os jovens também são mais influenciáveis pela propaganda tabagista: 48,6% dos entrevistados com menos de 24 anos disseram ter percebido algum tipo de mensagem de incentivo ao fumo, ante 38,7% dos adultos.
 
O médico Jayme Zlotnik, presidente da Associação Para naense de Combate ao Fumo, afirma que, por causa do grande número de adolescentes fumantes, o vício passou a fazer parte do rol de doenças pediátricas. “O fumo deixou de ser uma doença de adultos. E, para a indústria, é interessante promover uma campanha maciça sobre os jovens, pois quanto antes eles passarem a consumir o produto, melhor”, diz. As consequências do vício sobre os jovens, alerta Zlotnik, são mais danosas do que sobre os adultos. “O cérebro de um adolescente, por não estar totalmente formado, é muito mais vulnerável às substâncias cancerígenas do cigarro.”


Primeira tragada

Mesmo cientes dos malefícios trazidos pelo hábito de fumar, os estudantes Carlos*, 16 anos, e Paula*, 19 anos, confessam que não pensaram muito antes de dar a primeira tragada. “Eu ia muito a festas e lá todo mundo fumava. Experimentei por curiosidade e em quatro meses já estava viciada”, revela Paula, que começou a fumar aos 16. No ano passado, chegou a parar por 6 meses, por causa da rotina de estudos para o vestibular, que a afastou das baladas. Fez clareamento nos dentes, maltratados pela nicotina, e prometeu aos pais que não teria “recaída”. Mas a promessa não durou muito tempo. Voltou ao vício e hoje fuma uma carteira de cigarro por dia. Carlos, que começou aos 12 anos, fuma escondido dos pais e diz que não pensa em doença. “Acho que é porque elas demoram para aparecer. Parece algo distante.”

Os jovens procuram menos ajuda para tratar o vício, embora 48% tenham relatado pelo menos uma tentativa de parar de fumar nos últimos 12 meses. Para a gerente do Centro de Epidemiologia do Inca, Liz Maria de Almeida, os dados mostram que o governo precisa focar as campanhas de prevenção ao consumo e para largar o cigarro nessa faixa etária. “Agora, o foco da indústria tabagista são os jovens. Essa é a principal faixa etária em que devemos trabalhar, até porque é a idade em que é mais fácil abandonar o vício”, destaca.
 
Mulher começa a fumar mais cedo


No Brasil, 22% dos homens e 13% das mulheres fumam. Entre os jovens, elas estão mais vulneráveis ao vício. O número de adolescentes do sexo feminino que começaram a fumar antes dos 15 anos é 22% maior em relação aos rapazes na mesma faixa etária. Para a oncologista Paola Pedruzzi, do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), a entrada da mulher no mercado de trabalho e as mudanças de comportamento empurraram os números para cima. Os danos à saúde são vários, de acordo com a médica. “A pele é mais ressecada e menos elástica, e a consequência é o envelhecimento precoce”, afirma. As substâncias cancerígenas também provocam a hiperproliferação do tecido epitelial, aumentando o risco de mutações genéticas. No tecido mamário, é comum aparecerem nódulos, que podem evoluir para o câncer.

Segundo o médico Jayme Zlotnik, presidente da Associação Paranaense de Combate ao Fumo, doenças antes exclusivas dos homens agora começam a se manifestar nelas. “Câncer de laringe e de pulmão eram algo que, até a Segunda Guerra Mundial, mulher não tinha”.

E se o cigarro começou a ser objeto constante nas mãos das mulheres justamente pela liberdade sexual, o vício já põe em risco o maior símbolo dessa conquista: a pílula anticoncepcional. Hoje, a mulher que fuma é recomendada a não usar pílula, pois o cigarro pode potencializar a formação de coágulos no sangue e contribuir para a a ocorrência de tromboses e derrames. “Fumar é uma doença que causa outras doenças e impede que se viva uma vida saudável e plena. O melhor é parar antes, ou melhor: nem começar”, alerta Zlotnik. As mulheres, aliás, largam o cigarro com mais facilidade do que os homens, segundo o estudo. “Elas começam mais cedo, mas também abandonam logo o fumo, talvez devido à gravidez’’, avalia Liz de Almeida, gerente da Divisão de Epidemiologia do Inca.
 
da Gazeta do Povo

Diário Popular deixa de circular aos 47 anos

30 de ago. de 2010

Sede do jornal curitibano será vendida para pagar dívidas

O Diário Popular publicou nesta quinta-feira sua última edição. Com problemas financeiros, o jornal vai demitir os 30 funcionários na próxima segunda-feira e deixar de circular depois de 47 anos de his tória. “Estamos encerrando as atividades por dificuldades financeiras. Infelizmente, não houve outra saída”, diz a empresária Cris ti na Kudri, uma das proprietárias do veículo.


Cristina prefere não revelar o valor da dívida, mas garante que está fechando as portas enquanto ela ainda é “pagável” – o que deve ser feito com a venda da sede da em presa, no Centro de Curitiba. Se gundo a empresária, os funcionários já receberam os salários de julho e o acerto final deve ser feito com os sindicatos dos jornalistas e dos gráficos na semana que vem. Na próxima sexta-feira, a Superin tendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), realizará uma mesa-redonda para discutir a situação.

Há alguns dias, chegou-se a comentar no mercado a informação de que o jornal havia sido vendido para o empresário Joel Malucelli. Cristina confirma as negociações com Malucelli, mas diz que elas não avançaram e que nenhum outro grupo se interessou pela compra do veículo.

História

O Diário Popular foi fundado em 4 de março de 1963 pelo empresário e jornalista Abdo Aref Kudri, que comandou o veículo até sua morte, em agosto do ano passado. Kudri também foi criador e presidente da Associação das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Paraná entre 1994 e 2009.

Atualmente o Diário tinha, segundo a própria administração, uma tiragem de 12 mil exemplares de segunda a sexta-feira, e 15 mil na edição de fim de semana. Desde o seu surgimento, o veículo tinha caráter popular e linha editorial focada no noticiário esportivo e policial. No entanto, nunca chegou a competir de perto com a Tribuna do Paraná, principal jornal desse segmento no estado.

Durante muitos anos a publicação promoveu os prêmios Chuteira de Ouro – entregue aos melhores jogadores do campeonato paranaense de futebol – e o Melhores do Ano, em reconhecimento a empresários e pessoas de destaque do estado em diversos segmentos.
 
da Gazeta do Povo

Compra on-line fica mais segura

O comércio eletrônico deve movimentar R$ 14,3 bilhões até o fim deste ano, mas ainda deixa muita gente desconfiada antes de dar o último clique para confirmar a compra. Agora, um contingente de 23 milhões de consumidores terá maior segurança jurídica para fechar negócio pela internet. O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), ligado ao Ministério da Justiça, editou uma cartilha que deverá ser seguida pelos Procons de todo o país, consolidando uma interpretação única sobre as vendas no mundo virtual.


A escritora Bebete do Amaral Gurgel: após compra on-line, produto nunca chegou

O documento reforça a aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) no comércio eletrônico, exigindo que cada etapa da transação fique registrada de modo a garantir a proteção contra práticas abusivas e o acesso prévio do consumidor às condições gerais do contrato.
 
“Hoje, uma das maiores dificuldades no âmbito do direito eletrônico é a disparidade das decisões judiciais, já que cada juiz, tribunal ou estado adota uma decisão diferente. O desafio é justamente unificar um entendimento. Nesse sentido, acredito que a essa cartilha pode desempenhar um papel muito importante”, avalia o advogado especialista em Direito Eletrônico Renato Leite Monteiro, do escritório Ópice Blum Advogados Associados.


Segundo ele, a internet pode ser considerada apenas o meio pelo qual um crime é cometido. “Costumamos dizer que 95% dos crimes na internet já encontram ordenamento do código penal. No caso da defesa dos direitos do consumidor, é a mesma coisa. Hoje não existe mais aquela ideia de que a internet é um mar sem lei”, diz. Monteiro explica que o crime mais comum contra os direitos do consumidor pela internet é o estelionato. “São aquelas empresas que, utilizando-se da boa fé do consumidor – que acha que está comprando um produto de um fornecedor fidedigno –, recebe o dinheiro e não fornece o bem”.

A escritora Bebete do Amaral Gurgel foi uma das centenas de vítimas de uma empresa que operava no endereço stopplay.com.br. A loja virtual simplesmente “sumiu”, deixando um prejuízo de aproximadamente R$ 5 milhões aos clientes.

“Queria comprar uma câmera filmadora digital e, buscando por marcas e modelos, encontrei um site que vendia o produto por R$ 3,1 mil, enquanto o preço médio da câmera era de R$ 8 mil”, conta a consumidora. “No começo, fiquei desconfiada com o preço, mas, como tinha o telefone da empresa no site, liguei e fui atendida por uma pessoa que se identificou como Leandro Abdala. Ele argumentou que o preço era mais baixo porque a empresa comprava o produto em grandes quantidades”, relata.

Bebete garante que tentou se informar sobre a empresa, anotou o endereço físico do escritório, checou um “selo de certificação” no site, ligou para pedir mais informações e trocou e-mails com o representante da Stop Play. “Acabei confiando e paguei o produto por boleto bancário”, relata. A câmera, no en tanto, nunca chegou. “A cada ligação era uma nova desculpa. Foi assim por quase seis meses, quando a empresa simplesmente desapareceu”, diz.

A consumidora buscou auxílio no Procon-PR, na Delegacia de Proteção contra Crimes Virtuais e no Tribunal de Pe quenas Causas. Nenhuma instância, entretanto, conseguiu lo calizar um representante legal da empresa, instalada em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. O site foi retirado do ar em 2009, por causa de uma liminar da Justiça devido à fraude aplicada contra centenas de usuários. Pelo pelo número do CNPJ, o site da Receita Federal informa que a empresa está com situação cadastral “inapta”, por inexistir de fato no endereço informado.

Monteiro alerta que a maioria dos casos de fraudes poderia ser evitado pelo próprio consumidor. “Não se pode confiar em sites desconhecidos ou que oferecem preços muito abaixo da média do mercado. Além disso, é preciso checar com cuidado se a empresa existe de fato, se possui CNPJ ativo e se ela responde a queixas nos órgãos de defesa do consumidor”, orienta.

Para o advogado, Bebete adotou os procedimentos necessários após ser vítima do golpe. “Na maioria dos casos a solução dependerá de um procedimento investigatório. Pelo comprovante da compra é possível chegar ao computador de origem e pedir a quebra do sigilo. Identificando-se o autor da fraude temos a materialidade e a autoria, o suficiente para a responsabilização criminal”, garante.
 
Burocracia é entrave para conter crimes


O Paraná é um dos sete estados brasileiros que contam com uma delegacia especializada em crimes virtuais. Apesar da estrutura e da legislação existentes, o excesso de burocracia impede que o combate a esse tipo de crime seja mais efetivo.

A avaliação é do delegado titular do Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil do Estado do Paraná, Demétrius Gonzaga de Oliveira. “O problema é que a maioria das autoridades não está preparada. Ainda há muita dificuldade para se acessar as informações nos servidores, e essa ‘burrocracia’ facilita a vida dos criminosos”, diz.

Segundo Oliveira, o acesso aos dados para coleta de provas de um crime digital depende de autorização judicial, após parecer do Ministério Público. A investigação ainda depende da agilidade da empresa do servidor em enviar os dados solicitados, procedimento que pode demorar até 8 meses.

Serviço:

Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) – Polícia Civil. Rua José Loureiro, 376, 1º Andar, sala 1, Centro, Curitiba/PR. Telefone (41) 3323 9448. E-mail: cibercrimes@pc.pr.gov.br.
 
da Gazeta do Povo

Snoopy Extraordinário!

25 de ago. de 2010

Cosac Naify dá início à série de livros temáticos em formato de luxo da obra de Charles Schulz, criador de Charlie Brown e Snoopy

Com Snoopy Extraordinário, uma seleção das páginas dominicais da turma do Charlie Brown, a Cosac Na i fy passa a publicar no Brasil edições temáticas dos personagens criados por Charles M. Schulz (1922-2000). A L&PM continua a editar as tiras em formato de bolso e também a coleção completa de Peanuts, da qual o terceiro volume acaba de sair.


Pela Cosac Naify, este semestre terá ainda Primeiro de Abril (coletânea de páginas dominicais e tiras) e O Natal do Snoopy (uma compilação dos trabalhos relacionados à data). As edições têm formato grande, de 22 cm x 29 cm, capa dura e são totalmente coloridas.Vanessa Gonçalves, coordenadora editorial da série inaugurada com Snoopy Extraordinário, conta que, depois dos três primeiros livros, a ideia é organizar compilações originais e não traduzir as que existem no exterior – parte dos títulos elaborados pela Cosac Naify vem da francesa Dargaud. Por ter adquirido o direito de publicar as páginas de Snoopy, a editora brasileira é livre para organizá-las usando os critérios que quiser.


Charlie Brown e sua turma es tre aram nos jornais no fim dos anos 1940 e fizeram com os quadrinhos o que ninguém havia tentado até então. A proeza de Schulz passa pelos temas abordados nas tiras – ele foi o primeiro a falar de questões adultas como ansiedade e depressão – e também pela arte. Ele desenhava de um modo inédito, explorando os espaços em branco e usando poucos traços para dar vida aos personagens (enquanto os outros faziam trabalhos sobrecarregados de informações).

À revelia de Schulz, a tira foi batizada de Peanuts e por ela passaram Charlie Brown, sua irmã Sally, os irmãos Lucy, Linus (do cobertor) e Rerun van Pelt (o menino que saía de bicicleta com a mãe, sentado numa cadeirinha), o pianista Schroeder, Pigpen (o garoto sujinho), Patty Pimentinha e Marcie. Além do pássaro Wood stock e do cachorro Snoopy, que deu novo fôlego à série ao deixar de ser um coadjuvante no fim dos anos 1960.

Quase todas as figuras aparecem em Snoopy Extraordinário e são retratos mais ou menos fiéis de pessoas que fizeram parte da vida do cartunista ou dele próprio – ao menos de acordo com David Michaelis, autor da biografia Schulz and Peanuts (HarperCollins, 2007, inédita no Brasil).

A mandona Lucy, que atormenta Charlie e é apaixonada por Schroeder (duas facetas da personalidade de Schulz: o inseguro ambicioso e o artista criativo), teria sido inspirada na primeira mulher do desenhista, assim como ele teria sustentado uma paixão não correspondida por uma garotinha ruiva – enredo que inspira um dos episódios da série.

O volume ora lançado pela Co sac Naify traz alguns momentos antológicos: Snoopy encarnando o “ás voador da Primeira Guerra Mundial” sentado no telhado de sua casinha, Lucy oferecendo “ajuda psiquiátrica” a R$ 0,10 a consulta e Charlie Brown exercitando sua insegurança como técnico e arremessador do time de beisebol.

As preocupações, neuras e atitudes das crianças cabeçudas criadas por Schulz podem parecer estranhas num primeiro olhar. Talvez por isso o escritor Jonathan Franzen, do romance As Correções, tenha se identificado com o cão Snoopy.

“Como a maioria dos meninos de 10 anos nos Estados Unidos, eu tinha uma relação intensa e íntima com o beagle Snoopy. Ele era um animal solitário e humanizado que vivia entre criaturas maiores de uma espécie diferente. Essa era mais ou menos a sensação que eu tinha na minha casa”, escreveu Franzen no texto “The Comfort Zone”, de 2004, sobre sua relação com os cartuns de Schulz. “Numa tira de quadrinhos cheia de crianças, o cachorro era o personagem que eu identificava como sendo de fato uma criança.”

No melhor de sua forma, o trabalho de Schulz chegou a ser publicado diariamente em 2,6 mil jornais de 75 países diferentes. Eram 300 milhões de leitores que falavam 21 línguas distintas. O último dia 12 de fevereiro marcou os dez anos de sua morte. Schulz tinha uma personalidade complicada. Era introspectivo e obcecado pelo trabalho. Desenhou a tira de Snoopy e Charlie Brown por quase 50 anos, até pouco antes de sua morte. A tira derradeira, na qual anunciava a aposentadoria e se despedia dos leitores dizendo que Peanuts era a “realização de uma ambição de infância”, foi publicada um dia depois de morrer.

Serviço

Snoopy Extraordinário, de Charles M. Schulz. Tradução da Intercontinental Press. Cosac Naify, 56 págs., R$ 45.
 
da Gazeta do Povo
 

2009 ·Clockwork News by TNB