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O que é o clipping?

blog Pausa Dramática

Propaganda de alimento com muito sódio, gordura e açúcar terá alerta

30 de jun. de 2010

Daqui a seis meses, as propagandas de alimentos com altos teores de açúcar, gordura e sódio terão de veicular frases alertando sobre os perigos à saúde que o consumo excessivo dessas substâncias pode causar. A medida está prevista em resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicada nesta terça-feira no "Diário Oficial" da União, que traz novas regras para a publicidade de alimentos.

As frases de alerta deverão ser ditas pelo principal personagem da propaganda, no caso da televisão, ou pelo locutor dela, no rádio. Se o produto tiver muito açúcar, o alerta será para o risco de cárie dentária e obesidade. No caso da gordura saturada, para o risco de diabetes e doenças do coração. No caso da gordura trans, para doença do coração e, no caso de alto teor de sódio, para o coração e para pressão alta.

A resolução da Anvisa é tímida se comparada à proposta submetida pela própria agência a consulta pública em 2006. A proposição original previa uma série de limites à propaganda direcionada ao público infantil, como a proibição do uso de personagens de desenho animado. Também estavam previstas restrições de horário para a publicidade de alimentos com alto teor de açúcar, gordura e sódio ou com poucos nutrientes importantes para a saúde. Esse texto, no entanto, foi suavizado ao ser votado pela diretoria da Anvisa.

Em recentes manifestações sobre o tema, a agência justificou que a resolução que seria publicada nesta terça-feira era a possível diante da atual legislação e lembrou que a o Estatuto da Criança e do Adolescente já limitava a propaganda voltada ao público infantil.


do Jornale e R7

Geolocalização nas redes sociais. Seus amigos querem saber onde você está.

28 de jun. de 2010

Desde o último dia 15, todo mundo pode dizer de onde está twittando sem gastar nenhum dos 140 caracteres para isso. O Twitter anun ciou o Places, serviço que cria um botão embaixo da caixa de texto. Ao clicar, ele inclui sob o tweet o local de onde você escreve. A função estava disponível no Twitter desde 2008, mas só nos EUA. Ago ra, o mundo inteiro pode dizer onde está.

O Twitter só foi mais um a atender à nova demanda de uma web que podemos chamar, nesse momento, de 2.5: em que as pessoas dizem de onde estão postando. O próximo deve ser o Facebook: o fundador, Mark Zuckerberg, avisou na quarta-feira passada que está trabalhando nisso.
 
Foursquare e Gowalla, meninas dos olhos dos investidores norte-americanos no momento, se aproveitaram dessa transição e criaram um jogo cujo ganhador é aquele que frequenta mais lugares legais. O Wordpress atualizou seu aplicativo móvel para incluir geotags nos posts. A versão 10.6 do Opera, lançada também na última semana, permite o uso de uma no va API de geolocalização que se in tegra a outros serviços e detecta, via navegador, a localização do in divíduo sem a necessidade de GPS.


Você está enganado se acha que vai ficar fora dessa só porque não vai baixar nenhum desses aplicativos. Usa iPhone ou An droid para tirar fotos ou twittar? É bem possível que informações georreferenciadas sejam agregadas a esses conteúdos por causa do GPS do seu celular. As principais fabricantes de câmeras fotográficas já lançaram modelos com GPS embutido (veja uma delas na coluna e-novidades, na página 2), e os preços desses aparelhos estão caindo.

Logo mais, tudo o que você fizer na rede vai incluir a informação de onde você fez aquilo. E, mesmo com o poder de escolher não divulgar esses dados, muitas vezes pode ser interessante fazer isso – para você e, principalmente, para os outros.

É que a informação que tem geo tags pode ser organizada por espaço e mixada a outros serviços, como mapas. E se vo cê já vai ao teatro, tira fotos e quando chega em ca sa posta um comentário com as imagens no seu Twitter, no Face book ou em seu blog, se essas informações estiverem associadas ao lugar onde você esteve, quem vir es ses dados terá muito mais facilidade para encontrar o lugar em questão.

“O usuário que perceber o benefício das informações geográficas que os outros produzem e des cobrir como isso enriquece a ex periência de todos acaba se tornando meio altruísta e passa a geor referenciar seu conteúdo”, explica Marcelo Quintella, ge rente de produtos geográficos do Google na América Latina.

Imagine que você queira se mudar para um bairro: você clica no mapa e consulta não só os anúncios de imobiliárias, mas as resenhas dos estabelecimentos próximos e os tweets dos futuros vizinhos, além de ver vídeos e fotos da região. Isso é possível, por que cada vez mais gente conta o que está fa zendo – e onde.
 
da Gazeta do Povo

Beirando os 30 anos, irmãos Hanson lançam oitavo disco de estúdio


Nem parece, mas faz já 13 anos que a bobinha mas divertida música “MmmBop” ganhou o mundo. Ficamos carecas de ouvir os irmãos Hanson cantar em uníssono uma sopa de letrinhas sob uma melodia radiofonicamente poderosa. Também não parece, mas Isaac, Zac e Taylor, hoje, são quase trintões (29, 24 e 27, respectivamente). Depois de poucos lampejos em seus outros sete discos, Shout It Out, mais novo lançamento do trio norte-americano, chega para dizer: estamos maduros, mas somos limitados.


Quando os ventos estão à favor, não há dúvidas de que os rapazolas conseguem fazer canções pop brilhantes e funcionais – como a própria “MmmBop”, “If Only” e “Penny and Me”. Es-ses são os Hanson despretensiosos e ao natural, bebendo da inocência de grupos como Jackson’s Five, inspiração visível em seus primeiros discos. No novo trabalho, o único momento de “rédeas soltas” é em “Thinkin’ Bout So mething’”, que começa (quem diria) com um instrumento de percussão chamado cowbell antes (quem diria) de um naipe de metais elevar a canção e torná-la a mais redonda do álbum. É que crescer tem dessas coisas.

Ao mesmo tempo que os Hanson foram buscar no funk norte-americano dos anos 1960 e 70 suas principais referências para Shout It Out, algumas faixas revelam um anacronismo estranho, mas que não deixa de ser interessante. A afetada “Make it Out Alive” bem que poderia ser uma canção dos moderninhos Mika ou Sam Sparro. Já em “Me Myself & I” é relembrada (quem diria) a figura de sir Elton John.

Mas pobre meninos. As tentativas de evoluir musicalmente, de deixar para trás uma espécie de “adolescência eterna” que deve sempre os acompanhar, são quase em vão. Além das canções já citadas acima, “Carry You There” – uma tentativa de rock de arena, com guitarras mais pesadas – revela que existe um limite, criado justamente porque eles não são mais os Hanson de “MmmBops” atrás.

A produção é profissional ao extremo. Não deixa escapar uma colcheia ao piano, não se ouve um sopro de sax a mais e a percussão deve ter sido tocada com metrônomo. E isso é péssimo em se tratando de uma banda que tem historicamente a brincadeira musical como referência. A esterilidade funciona, talvez, em “Waiting for This”, em que o piano surge como instrumento líder e, forçando a barra, nas linhas de trompete em “Make It Out Alive”. De resto, a mixagem própria e contida foi como um tiro no pé, já que tirou da banda o que lhe era mais atraente: leveza, despretensão e espaço para o improviso. Mas acontece. Crescer (quem diria) é assim mesmo.
 
da Gazeta do Povo

Quando o virtual invade o real - sua realidade vai ser aumentada

25 de jun. de 2010

Cresce o número de empresas que está usando a tecnologia da realidade aumentada, com elementos digitais interferindo no ambiente físico

A imagem do personagem de Tom Cruise movimentando imagens e textos no ar com as mãos no filme Minority Report parecia, em 2002, pura ficção científica. Hoje, menos de uma década depois, qualquer pessoa que tenha um computador com webcam pode jogar futebol quase da mesma maneira. Em breve, passeando por uma praça, por exemplo, será possível receber, via celular, a lista de restaurantes ou livrarias mais próximos apenas apontando a câmera do aparelho para um determinado ponto.


Quando se fala em realidade aumentada, a impressão que se tem é de que o futuro chegou – especialmente para o marketing e a publicidade, as duas áreas que, até agora, melhor têm explorado essa tecnologia. Embora remeta a estudos que começaram ainda na década de 50, a realidade aumentada ganhou esse nome em 1992, e conquistou a atenção das empresas e agências de publicidade apenas nos últimos meses. A lista de exemplos já é grande: de marcas de refrigerante a fabricantes de travesseiros. “O interesse no meio publicitário explodiu no começo de 2009, quando um programador japonês possibilitou que ela fosse publicada na web usando o flash player, um plug-in que está presente em praticamente todos os computadores do mundo”, explica Ohmar Tacla, sócio diretor da Go2nPlay Studios, empresa curitibana especializada em soluções multimídia e em realidade aumentada, ou RA, como foi apelidada. No portfólio da agência estão trabalhos para empresas como Marisol, Volvo, Imaginarium, Altenburg e Fundação O Boticário de Proteção à Natureza.

Ohmar Tacla, sócio diretor da Go2nPlay Studios, empresa curitibana especializada em realidade aumentada: interesse publicitário pela tecnologia “explodiu” em 2009

O uso mais comum da tecnologia hoje são os “marcadores” – um símbolo especial que o usuário precisa apontar para a webcam. Desta forma, ele cria a imagem de um objeto tridimensional, que ele pode inclusive mudar de posição movimentando o papel. Foi assim, por exemplo, que a FedEx criou uma caixa virtual: o cliente pode usar a imagem para ter ideia do que cabe dentro dela.

No começo deste ano, a Coca-Cola apostou na tecnologia para o lançamento da Sprite 2.Zero no Brasil. As latas do refrigerante trazem um código bidimensional, com o qual o consumidor pode se divertir com um jogo criado exclusivamente para a marca acessando o site. Assim, ele interage com a marca e com os personagens da campanha do refrigerante. “Umas das coisas que mais tem interessado o mercado publicitário é justamente esta interatividade com a marca”, diz Tacla.

Também com um código bidimensional, as leitoras da Capricho puderam se sentir participando de um clipe da banda Hóri. O aplicativo criado pela Go2nPlay tirava uma foto da pessoa, que aparecia na mão do cantor Fiuk. O site, segundo Tacla, já teve mais de 450 mil usuários únicos.

Mas o sócio da Go2nPlay diz que os marcadores já estão ficando para trás. Com o avanço da realidade aumentada, será possível usar qualquer imagem. “Também já existem modelos de captura de movimentos e de voz e combinados com GPS, que permite capturar os dados do local onde o usuário está”, diz.

Tacla diz que clientes e agências ainda estão “experimentando”, e aprendendo onde e como usar a tecnologia. Ao mesmo tempo, ela tem se tornado mais acessível. “No início, eram só as grandes marcas que usavam. Hoje, a realidade aumentada já é bem mais comum. Mas, muita gente simplesmente quer. E nem sabe como usar.” Ele reconhece, no entanto, que o público que usa e entende a ferramenta ainda é muito restrito. “É uma publicidade direcionada para o público jovem, antenado em tecnologia.”

Via celular

A tendência é que a realidade aumentada chegue também com mais força aos telefones móveis. O mercado de RA móvel vai alcançar US$ 732 milhões em 2014, alimentado por downloads de aplicações pagas, publicidade e serviços de assinatura, segundo relatório da empresa de pesquisas Juniper Research. Em 2010, segundo o mesmo documento, ele não deve superar US$ 2 milhões.

É com esse tipo de investimento que será possível, por exemplo, chegar na Av. Marechal Deodoro e, apontando a câmera do celular, saber as promoções que as lojas mais próximas oferecem. Mas esse avanço depende também da própria melhoria da base de aparelhos – já que para isso eles precisam ter câmera, GPS, sensores de movimento, além de uma conexão de banda larga sem fio. Por enquanto, ainda custa caro chegar ao futuro.
 
da Gazeta do Povo

Quincas Berro D´Àgua chega aos cinemas curitibanos

Versão cinematográfica da obra de Jorge de Amado conta a história da segunda morte de um malandro


Considerado por muitos críticos a melhor obra de Jorge Amado, A Morte e a morte de Quincas Berro D’Água ganha a primeira adaptação para o cinema pelas mãos do diretor e roteirista Sérgio Machado, que chega com um mês e atraso aos cinemas curitibanos. O romance já foi traduzido para 21 idiomas e, só no Brasil, já vendeu mais de 3 milhões de exemplares – se tornando a segunda obra mais vendida do escritor baiano no País. Quincas Berro D’Água - pseudônimo do ex-funcionário público Joaquim Soares da Cunha - é o líder de uma turma de malandros de Salvador que tem o azar de falecer na madrugada do dia em que completaria 72 anos. Mas, como para esse grupo a morte é apenas um detalhe, Quincas ainda vai aprontar muita coisa antes de morrer pela segunda vez.

A morte é apenas um detalhe, Quincas ainda vai aprontar muita coisa antes de morrer pela segunda vez (foto: Divulgação)

A Morte... é uma crítica azeda aos comportamentos burgueses, numa Bahia composta por duas sociedades paralelas e que quase nunca se encontram. Para o filme, o personagem de Quincas ganhou um intérprete de peso: o ator Paulo José. Dividem a cena com Paulo, Marieta Severo, Mariana Ximenes, Vladmir Brichta, Flávio Bauraqui, Irandhir Santos, Luis Miranda e Frank Menezes, além das participações especiais de Milton Gonçalves, Othon Bastos, Walderez de Barros e Carla Ribas.

A direção é de Sérgio Machado, que guarda mais do que uma ligação espiritual com Jorge Amado. É ao escritor que ele atribui o início de sua carreira e a primeira grande parceria artística, com Walter Salles. Produzido por Walter, ele dirigiu em 2001 o documentário Onde a Terra Acaba, sobre o cineasta Mário Peixoto, diretor do clássico Limite (1931). O documentário conquistou prêmios nos festivais de Gramado, Rio, Recife, Havana e na Mostra de São Paulo. No ano seguinte, dirigiu para a TV Globo sua primeira adaptação de uma obra de Jorge Amado, o especial Pastores da Noite.

Em 2005, Sérgio concluiu seu primeiro longa-metragem de ficção, Cidade Baixa, sobre um triângulo amoroso entre dois amigos e uma prostituta na zona portuária de Salvador, estrelado por Wagner Moura, Lázaro Ramos e Alice Braga. O filme foi selecionado para a mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes, onde recebeu o Prêmio da Juventude e colecionou premiações em vários festivais no Brasil e no mundo. Com Karim Ainouz, seu parceiro artístico, dirigiu para a HBO, em 2007, a série Alice.O cineasta construiu também uma sólida carreira como roteirista dos seus próprios filmes e dos de seus parceiros, como Abril Despedaçado, de Salles, e Madame Satã, de Ainouz. Com Quincas Berro d’Água, Sérgio chega ao seu segundo longa de ficção adaptando uma das obras mais populares de Jorge Amado.

Pode-se dizer sem exagero que o gaúcho Paulo José é o ator mais importante da história do cinema brasileiro. Começou a carreira em 1955 fazendo teatro em Porto Alegre, ao lado de colegas como Paulo César Pereio e Lilian Lemmertz. No Rio, nos anos 60, fez parte do Teatro de Arena ao lado de Gianfrancesco Guarnieri, Augusto Boal e Juca de Oliveira.

No cinema, atuou em mais de 40 filmes e trabalhou com os maiores diretores dos anos 60 e 70: Joaquim Pedro, Domingos de Oliveira, Walter Hugo Khouri, Luiz Sérgio Person, Hector Babenco. Nos últimos anos, foi visto em Saneamento Básico, de Jorge Furtado, e Juventude, de Domingos de Oliveira. Em 2010, trabalha em O Palhaço, com direção de Selton Mello. Na TV, atuou em diversas novelas. Leia trechos da entrevista de Paulo José.

Jornal do Estado — O que o levou a aceitar o desafio de viver Quincas Berro d’Água?

Paulo José — O personagem morre na primeira cena. Depois, morto, era só parar de respirar e ser carregado pelas ladeiras de Salvador, puteiros, terreiros de candomblé, até morrer de novo no fundo da Baía de Todos os Santos. Trabalho nenhum. O desafio foi ainda menor porque a filmagem correu lindamente, docemente, saborosamente como num livro do Jorge Amado.

JE — Como foi o trabalho com o diretor Sérgio Machado?

Paulo — Sérgio Machado é do bem. Ser fofo (expressão da pós-modernidade) é ser do bem. Logo, Sérgio Machado é um fofo. Quem não é babaca é porreta. Sérgio Machado não é babaca, logo Sérgio Machado é porreta. Sergio Machado é o cara. Por que tanto elogio para Sérgio Machado? Porque eu gosto dele, gosto de sua teimosia, sua obstinação, sua tenacidade, seu talento, sua maneira de ver e fazer cinema. Uma amizade para cultivar para o resto da vida. Sérgio Machado é o cara.

JE — Como foi o desafio físico de fazer Quincas, já que você passa boa parte do filme carregado pelos amigos? O Sérgio diz que você é incansável no set.

Paulo — Por que essa insistência com a palavra desafio? Será que ocorreria a algum repórter perguntar ao neurologista Paulo Niemeyer: “Como o senhor aceitou o desafio de colocar um marca-passo na cabeça do Paulo José?” Quer dizer, o comerciante comercia, o papa papeia, o ator faz personagens, simplesmente.

JE — Como você se aproximou do universo de Jorge Amado para compor o personagem? Já havia atuado em alguma outra adaptação dele para TV, teatro ou cinema?

Paulo — Não me aproximei. Ele é que foi me cercando, cercando, desde minha adolescência, há mais de 50 anos. Começou com O País do Carnaval, depois Cacau, depois Suor e assim por diante. Não houve composição. O personagem tinha 70 anos, sempre meio de porre, maltratado pelas noites de esbórnia. Eu tenho 70 anos, ando meio de banda (“carrego meus mortos do lado esquerdo”, diria Drummond), cabeça branca, maltratado pelos anos. Pergunto: precisa fazer composição? O personagem termina dizendo uma bela frase: “Afinal, só tem que chorar a morte quem morreu sem ter vivido.” Por que a história de Quincas é um clássico pertinente ainda hoje? Enquanto houver compaixão pelo ser humano, pelas pequenas criaturas, marginais, filhos do acaso, vagabundos, meretrizes, e não tivermos perdido a ternura nem o desejo de que esses anti-heróis, nossos semelhantes, nossos irmãos, vençam a violência, os preconceitos e a brutalidade, Quincas Berro d’Água estará sendo escrito hoje, por cada leitor, reinventado por cada espectador em qualquer sala de cinema.
 
do Jornal do Estado

Ação anti-drogas na praça Rui Barbosa

O secretário Antidrogas Municipal, Nazir Abdalla Chain, foi à praça Rui Barbosa ontem, para coordenar as ações da Semana Antidrogas de Curitiba na Regional Matriz. Cerca de sete mil pessoas eram esperadas para as atividades na praça. O público jovem é o alvo da Semana Antidrogas, que começou na segunda-feira e vai até domingo. “Quanto mais informações oferecermos para as crianças e os adolescentes, maior a chance de eles ficarem longe do uso de substâncias entorpecentes e da violência e de se tornarem multiplicadores dessa mensagem do bem. Os jovens são o futuro e a prevenção é nossa estratégia para termos uma sociedade melhor”, afirmou Chain.


Em sua segunda edição, a Semana Antidrogas tem o tema “Marque um Gol, Dê um Chute nas Drogas”, em alusão à Copa do Mundo. O atendimento na Rui Barbosa contou com orientações de psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais que atuam nos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) e em outros órgão da Prefeitura. No ano passado, cinco dependentes foram encaminhados para tratamento depois de procurarem o atendimento oferecido na praça.

“A população ainda está acanhada, tem vergonha de ir atrás de informação sobre drogas. Portanto, é importante estarmos aqui fazendo esse tipo de abordagem informal. Um tratamento às vezes começa quando oferecemos esse tipo de oportunidade para o dependente”, disse Chain. Crianças e adolescentes puderam acompanhar as demonstrações lúdicas de Rayska, Shakira e Luke, cães farejadores de drogas do projeto Cão Amigo.

A programação na praça Rui Barbosa teve a participação das secretarias municipais da Saúde, da Educação, do Abastecimento e da Fundação de Ação Social. Hoje, a programação da Semana Antidrogas será realizada somente à noite, na Escola Maria Marli Piovezan, na Regional Cajuru, das 21 às 24 horas.

Para o sábado está programada a Caminhada Antidrogas, com saída do Paço da Liberdade, na praça Generoso Marques, no Centro, às 9h30. Os participantes vestirão camisetas verde-amarelas para percorrer o trecho que vai da praça até Bondinho da rua 15 de Novembro.

A caminhada terá a participação do governo do Paraná, assim como o Domingo no Parque, que encerrará a Semana Antidrogas de Curitiba, das 13 às 17 horas, no Barigui. Estão programadas atividades esportivas, culturais e de lazer para toda a família, além de barracas com banners e distribuição de material informativo.

A Semana Antidrogas de Curitiba tem ações nas noves regionais e marca as celebrações pelo Dia Internacional da Luta Contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, 26 de junho. A proposta é mostrar como a Prefeitura trabalha de forma preventiva no combate à violência causada pelo uso e tráfico de substâncias psicoativas.

O Dia Internacional da Luta Contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas foi criado em 1987, por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta data, é apresentado o Relatório Mundial de Drogas contendo informações atualizadas sobre consumo, produção e tráfico em todo o mundo.
 
do Jornal do Estado

Radares começam a multar avanço de sinal e parada sobre faixa na semana que vem

24 de jun. de 2010

Os 19 radares instalados em cruzamentos de ruas de Curitiba que verificam, além do excesso de velocidade, o avanço do sinal vermelho e a parada sobre a faixa de pedestre, começam a multar na semana que vem. O dia certo ainda será definido pela Urbanização de Curitiba (Urbs). Apesar de já estarem instalados, passavam pelos últimos ajustes. Avançar o sinal vermelho é infração gravíssima, que dá sete pontos na carteira de habilitação e multa de R$ 191,54. Estacionar sobre a faixa de pedestre é infração grave, cinco pontos na carteira e R$ 127,69 de multa.


A previsão da Prefeitura de Curitiba é ter 70 cruzamentos com este tipo de equipamento — que registram as três infrações. No total, as ruas de Curitiba terão instalados neste ano 140 equipamentos de fiscalização. Até o momento são 67 equipamentos já ligados e aferidos, sendo 48 apenas de registro de velocidade.

Os locais escolhidos para a implantação do radar com as três funções se deu por estatísticas. Segundo a Urbs o critério é o de prevenir acidentes, logo, os radares são instalados nos locais com maior potencial de risco ou de infrações. Boa parte dos radares que fiscalizam as três infrações estão em cruzamentos com canaletas do ônibus expresso.

Mas o motorista tem que prestar atenção na sinalização existente alertando a presença de fiscalização. É que a partir deste ano há pontos com limite menor do que o costumeiro. A Urbs está instalando radares onde o limite de velocidade é de apenas 40 km/hora, difertente do que estava habituado o curitibano — até então os radares estavam em vias com limite de 60 km/h e de 70 km/h.

O primeiro radar com limite de 40 km/h foi o da avendia Sete de Setembro com a José de Alencar, no Cristo Rei. Os próximos lotes incluem radares de fiscalização de velocidade, parada na faixa de pedestres, avanço de sinal e conversão proibida que serão instalados em cruzamentos de avenidas com canaletas e onde a velocidade máxima também é de 40km/h. À exceção da Linha Verde, onde o limite de velocidade é de 70km/h, em todas as avenidas em que há canaletas o limite é de 40km/h.

De madrugada — Os radares que registram o avanço de sinal, velocidade e parada sobre a faixa de pedestre, contudo, podem ser complacentes nas madrugadas. Existe a intenção da Urbs de tolerar certos avanços de sinal como medida de proteção aos motoristas entre a meia-noite e as seis horas.

Mas não quer dizer que o avanço do sinal vermelho estará permitido nas madrugadas. As imagens das câmeras serão analisadas, e só serão perdoados os motoristas que comprovarem que reduziram a velocidade no cruzamento, verificaram a passagem de outros carros que tinham o sinal aberto, e só depois iniciaram o avanço.

A relação completa dos endereços onde estão instalados os equipamentos e em funcionamento está disponível no site da Urbs, Urbanização de Curitiba S/A e da Prefeitura de Curitiba.
 
do Jornal do Estado

Termina a exclusividade das máquinas de cartões

22 de jun. de 2010

Equipamentos terão de receber cartões de todas as bandeiras


A partir de 1º de julho, entra em vigor a nova regra para os cartões de crédito e débito que prevê o fim da exclusividade entre credenciadores e bandeiras. Com a nova medida, uma mesma máquina de cartão vai poder oferecer serviços de diferentes bandeiras e não será mais necessário ter diversos equipamentos. Assim, os estabelecimentos comerciais pagarão menos pelo aluguel de uma única maquininha, e os custos operacionais devem diminuir com o aumento da concorrência.


“É uma conquista em defesa de todos, pois com mais empresas credenciadas, a concorrência resulta em taxas menores para o consumidor”, revela o presidente do conselho de administração nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Célio Salles. Para o presidente da Abrasel-PR, Marcelo Woellner Pereira, essa mudança que favorece o aumento no número de empresas de cartões, beneficia o consumidor final que vai poder optar pela bandeira que lhe oferecer melhores vantagens.



O aluguel da máquina varia atualmente de R$ 60 a R$ 140 por mês, enquanto as taxas, arrecadadas pelas bandeiras sobre o valor total pago nas máquinas de cartões, oscilam entre 2,5% e mais de 6%. “O custo é muito elevado e maior que a média mundial que é até a metade em outros países”, conta Célio. Ele afirma que, atualmente, cerca de 90% do faturamento de bares e restaurantes é arrecadado por meio de cartões.


“O cartão é um sócio que ganha 2% de lucro nas vendas no débito e 3% no crédito, dos cerca de 70% do total do faturamento que é obtido por meio das maquininhas”, se indigna o proprietário de uma rede de sete bares de Curitiba, dentre eles o Taco El Pancho, Gustavo Haas. Para ele, o alto custo não compensa a segurança que o cartão proporcionou com relação ao cheque. “Trabalho há 16 anos no ramo e as perdas com cheque sem fundo sempre foram insignificantes”, explica o empresário que acredita ser impossível sobreviver sem a utilização do cartão. 



Além dos gastos elevados, pagos para as bandeiras e credenciadores, os investidores da área reclamam da demora em receber o dinheiro. “No débito os valores são pagos em 24 horas e no crédito somente após 30 dias depois da venda. Então o cartão não poderia ser considerado como pagamento a vista porque o comerciante não recebe o dinheiro no ato da compra”, opina Célio.


Para Gustavo seria justo dar desconto para os clientes que pagassem no dinheiro e não gerassem outras despesas com o cartão. “Eu poderia dar tranquilamente 5% de desconto para o cliente que pagasse no dinheiro”, acredita. Mas, de acordo com o Procon-PR, não pode haver preço diferenciado para compras realizadas no dinheiro, cheque ou cartão de crédito.

do Jornale

Razões para odiar o cinema 3D

21 de jun. de 2010

Crítico americano condena a nova tecnologia e a forma como Hollywood a usa para extorquir dinheiro do público

Crítico de cinema entre os mais influentes dos Estados Unidos, colunista do jornal Chicago Sun-Times, Roger Ebert publicou um artigo na revista Newsweek moendo a tecnologia 3D. Uma atitude ousada, quase insana, num país em que a indústria cinematográfica é poderosa. O texto se chamou “Por que odeio 3D (e você de veria também)” e listou nove problemas que, na opinião de Ebert, fazem o novo filão de filmes ser mais um problema do que uma solução.


Você pode ler detalhes dos argumentos de Ebert em quadro nesta página. O fato é que o crítico norte-americano se dispôs a fazer algo que quase ninguém fez. No Brasil, houve reportagens com oftalmologistas para descobrir se o efeito 3D causava algum problema de visão, se tentou explicar por que algumas pessoas têm dores de cabeça e outras simplesmente não enxergam o efeito na tela, mas poucos adotaram uma postura crítica diante da nova tecnologia, talvez por medo de parecer “quadrado” ou “ranzinza”. Fazer críticas ao cinema 3D é um pouco como ser contra o telefone celular ou a internet. Pode soar retrógrado e anacrônico. Um avô lamentando os bons tempos que não voltam mais.
 
Passado o entusiasmo inicial de qualquer novidade tecnológica, o passo seguinte seria avaliar qualidades e defeitos, ou mesmo a relevância do que surge por aí. E é fantástico ver alguém do calibre de Ebert usar energia e tutano para entrar no debate. Aos 68 anos completados na última sexta e brigando contra um câncer de tireóide, ele entra pisando firme numa briga de titãs que envolve bilhões de dólares em bilheteria e projetores digitais.


A Gazeta do Povo conversou com 20 espectadores entrando e saindo de sessões 3D. Ainda que o número seja pequeno demais e não tenha relevância alguma para saber o que pensa o público, é curioso que nenhuma das pessoas ouvidas – nenhuma – tenha se mostrado entusiasmada. Elas tinham acabado de ver ou de comprar ingresso para sessões de Alice no País das Maravilhas e Fúria de Titãs. As que foram ouvidas na saída, demonstraram graus diferentes de frustração.

O analista contábil Gilmar de Andrade, de 32 anos, viu Fúria de Titãs. O jornalista o abordou dizendo apenas que preparava uma matéria sobre cinema 3D sem dar detalhes da pauta. Em seguida, perguntou: “Que tal o filme?”.
“Não vi diferença nenhuma”, disse.

Andrade optou pela sessão 3D porque era no horário que queria. “Teria assistido à versão normal sem problema.” Ele conta que experimentou ver Avatar tanto na versão 2D quanto na 3D. Apesar de reconhecer as diferenças técnicas entre uma e outra, não entende o alarde envolvendo a nova tecnologia.

“Quando você olha para um filme em 2D, ele já é 3D no que diz respeito ao cérebro”, explica Ebert no texto da Newsweek. “Nossas mentes usam o princípio da perspectiva para fornecer a terceira dimensão. Adicioná-la artificialmente pode tornar a ilusão menos convincente.”

Algo ignorado pela maioria é o fato de a projeção 3D ser mais escura do que a tradicional – outro ponto levantado por Ebert. Citando um técnico influente para a indústria do cinema, Lenny Lipton, ele explica que os projetores digitais dividem a luminosidade entre os dois olhos, o que a reduz pela metade. Para piorar, os óculos também filtram um tanto da luz e o resultado é uma imagem escurecida.

Amanda Zandonadi, de 13 anos, também viu Avatar – em tese, o melhor filme em 3D lançado até o momento – e o achou “escuro” e “embaçado”. A estudante Gabriela Strapasson, de 20 anos “esperava mais” do filme de James Cameron, que já acumulou US$ 2,7 bilhões em ingressos vendidos no mundo todo.

Gabriela disse ter se frustrado porque imaginava que o público poderia “interagir” mais, que o efeito 3D seria mais “intenso”. Ebert, por sua vez, critica o marketing violento do 3D e, em alguns casos, enganoso. Vários filmes foram adaptados para o novo formato na pós-produção, criando um efeito meio fuleiro.

A ganância dos executivos de Hollywood é tamanha que eles não medem consequências e parecem não se importar que os falsos filmes em 3D assassinem o mercado para os verdadeiros. Alice no País das Maravilhas e Fúria de Titãs são exemplos de produções que tiraram proveito do momento, mas, originalmente, não foram pensados em 3D. Segundo Ebert, Tim Burton, o diretor de Alice, fora pressionado pelo estúdio a adaptar o filme.

É possível que a frustração de quem não vê nada extraordinário no 3D se deva, em parte, à propaganda que se faz dele, vendendo o formato como uma aventura sem equivalentes. Sobretudo para crianças. Os pais descobrem na prática que, dependendo da idade, os filhos não suportam ficar de óculos durante a sessão inteira. Não é difícil encontrar crianças que preferem ver o filme em 2D porque experimentaram o 3D e não gostaram.

Também controversa é a questão que envolve o preço do ingresso. Num dos shoppings de Curitiba, a diferença chega a 81%. Durante a semana, uma sessão normal custa R$ 11 e, no mesmo horário, a 3D sai por R$ 20. São R$ 9 a mais.

Perguntadas sobre o porquê do ingresso ser mais caro, as pessoas arriscam dizer: “Por causa dos óculos?”. Outras imaginam que o projetor ou mesmo o dinheiro gasto na produção do filme seriam as explicações. Nessa lógica, só o Avatar se enquadraria e mais um e outro. O grosso das produções não é realizado em 3D, mas só apresentado no formato.

Nos EUA, se supõe que os ingressos são mais caros por causa dos projetores novos. “A taxa a mais veio para ficar ou ela vai cair depois que os projetores forem pagos?”, questiona Ebert, para quem o 3D é uma forma de extorsão. No embalo, ele abomina o que chama de “falso 3D”, uma leva de filmes que estão se aproveitando do sucesso de Avatar.

Mas não leve o Ebert a mal. Ele diz ter amado Avatar e chama James Cameron de “gênio técnico”. Diz também estar ansioso para ver os trabalhos em 3D dos cineastas Werner Herzog e Martin Scorsese.
 
da Gazeta do Povo

O segredo do perfume masculino

Com constantes lançamentos e criações mais leves e frescas, perfumes masculinos conquistam até o público feminino

Não é de hoje que os perfumes masculinos agradam às mulheres a ponto de algumas trocarem suas próprias fragrâncias por essências “for men”. A alquimia e a originalidade das notas acertaram em cheio a caixa de loja Claudenice Honorato Sabino, 35 anos, que, depois de experimentar alguns perfumes masculinos, deixou as opções para mulheres de lado. “Eu tive a vontade de experimentar porque sempre amei sentir o cheiro de perfume masculino. Comecei usando o CK One, que é unissex. Depois, experimentei o Joop Homme e amei.”


Há uma explicação técnica para tais perfumes chamarem a atenção das mulheres. De acordo com Cecília Balvedi, pesquisadora da área de desenvolvimento de perfumaria do Boticário, a maior parte das matérias-primas é a mesma para formular perfumes para ambos os sexos. “Os perfumes masculinos são compostos principalmente por notas amadeiradas (como cedro, sândalo, vetiver); notas herbais aromáticas (como sálvia, menta, alecrim); notas cítricas (como limão, bergamota) e notas de especiarias (como cravo, canela, pimenta). A diferença está na proporção em que elas são usadas nos diversos perfumes”, explica Cecília.

Segundo ela, essa migração do público feminino para as fragrâncias masculinas se deve ao fato de que os perfumes feitos para eles contêm mais notas frescas e cítricas enquanto que os femininos costumam ser mais fortes e opulentos.

O público consumidor masculino de perfume também não para de crescer. Pesquisa recente do Boticário revela que o gasto médio mensal deles com produtos cosméticos é de R$ 54,07. A empresa paranaense detém um dado curioso: apesar de 85% dos 600 itens do portfólio serem basicamente voltados ao público feminino, o mais vendido é masculino – a colônia Malbec.

De acordo com Andreia Leite de Almeida, gerente de perfumaria da Laffayette, os homens estão bem informados e chegam às lojas sabendo o que querem. “Hoje, eles conhecem bastante de perfume e também sabem mais como usá-los. Os mais procurados são os da Boss e Dolce & Gabbana, mas muitos já se arriscam e compram os não tradicionais”, diz.

Edson Fabiano Novaes é um que não perde as novidades. Apaixonado por perfumes, o professor de música tem uma pequena coleção de frascos em casa. “Uso vários tipos, dos mais amadeirados até os mais marcantes, mais sexies. Isso porque diferentes lugares pedem diferentes perfumes. Durante o dia, por exemplo, tenho usado o CK Free, à noite, o 212 Men, da Carolina Herrera”, entrega.
 
da Gazeta do Povo

YouTube lança ferramenta on-line para edição de vídeos

18 de jun. de 2010

Editor tem funções básicas para que usuários possam criar novos conteúdos

O YouTube lançou uma nova ferramenta on-line para edição de vídeos para os usuários, informou o site especializado em tecnologia “Cnet”. Com funções básicas, o editor on-line do YouTube não concorre com ferramentas profissionais do porte do Final Cut, da Apple, ou do Premiere, da Adobe. Mas é possível cortar vídeos e combinar múltiplos vídeos para formar uma composição única.

Um dos maiores defensores da computação em nuvem, o Google mostra com o novo editor de vídeos do YouTube a possibilidade de criar conteúdo por esse meio, e não só consumir esse conteúdo, apontou o “Cnet”.

Para utilizar o editor de vídeo, o usuário deve arrastar as imagens em miniatura (thumbnails, as imagens de pré-visualização) dos seus vídeos até a linha de edição na parte inferior. Ao passar o mouse sobre a imagem, um ícone de tesoura surgirá, bastando clicar sobre ele para cortar o início e o fim de um vídeo.

É possível visualizar uma versão do vídeo em baixa resolução, antes de salvá-lo e incluí-lo na coleção de vídeos do usuário. Ainda em fase de testes, o novo editor permite ainda a inclusão de trilha sonora, além das opções habituais como legendas, tags, permissão de compartilhamento, entre outros recursos.
 
do Jornale

Paço da Liberdade abre exposição de Tom Lisboa

Catálogo traz obras que podem ser destacadas e enviadas pelo correio ou espalhadas pela cidade

“Caractere(s): Retratos em Preto e Branco”, do artista visual Tom Lisboa, é o nome da instalação fotográfica que o Paço da Liberdade Sesc Paraná apresenta. A mostra conta com 64 retratos escritos de personagens emblemáticos da literatura brasileira.

A imaginação do espectador é posta à prova porque todas as figuras humanas retratadas são, à primeira vista, invisíveis. O que revela as fisionomias e os contornos destes personagens é a leitura dos textos que foram colocados no lugar de cada imagem. Basta ler para ver.


O catálogo traz obras que podem ser destacadas e enviadas pelo correio ou espalhadas pela cidade. Deste modo, o visitante pode dar continuidade ao trabalho de intervenção proposto na exposição.

Serviço:

Exposição “Caractere(s): Retratos em Preto e Branco” de Tom Lisboa. 16 de junho a 19 de setembro no Paço da Liberdade SESC Paraná. Praça Generoso Marques, 189, Centro. Informações 3234 4200. pacodaliberdade@sescpr.com.br. http://www.sescpr.com.br/.
 
do Bem Paraná

Mais uma vez atacando do lado errado, Curitiba proibe uso de celulares em bancos

O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, sancionou a lei municipal que proíbe o uso de telefone celular ou equipamentos similares no interior de agências bancárias da capital. A lei, publicada ontem no Diário Oficial do município, entra em vigor no prazo de 90 dias.


De acordo com a nova norma, autoria do vereador Tito Zeglin (PDT), caso o cliente seja flagrado usando o telefone dentro da agência, ele poderá ter o equipamento retido e devolvido somente na saída.

A proibição, que visa inibir a ação de criminosos que utilizam o recurso para informar comparsas sobre vítimas em potencial, deverá ser informada por placas e cartazes, que deverão ser fixados em locais visíveis nas agências.
 
do Paraná Online

Curitiba é a terceira capital brasileira em porcentagem de casos de bullying nas escolas

16 de jun. de 2010

Desde o começo deste ano, pesquisas diferentes remetem à mesma realidade. O alto índice de violência — física ou verbal — nas escolas brasileiras, o chamado bullying. Uma das pesquisas, divulgada em maio, mostrou que um terço dos estudantes brasileiros e 5ª à 8ª série já sofreram alguma agrssão. Outra pesquisa, de março, revelou que 70% do estudantes já haviam presenciado algum tipo de violência contra colegas. A mais recente, coloca Curitiba como a terceira Capital brasileira em porcentagem de casos.


Conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 35,2% dos estudantes responderam que sofrem algum tipo de violência, seja ela moral ou física, com certa frequencia. A primeira colocada foi o Distrito Federal. A pesquisa avaliou escolas públicas e privadas em todas as capitais. O bullying designa todo o tipo de atitudes agressivas, verbais ou físicas, praticadas repetidamente por um ou mais estudantes contra outro aluno.

Uma particularidade das pesquisas é que todas as regiões aparecem com números alarmantes. Ou seja, é um problema social de todo o País. Uma pesquisa da organização não governamental (ONG) Plan Brasil, divulgada em maio, mostrou que as regiões onde a prática se mostrou mais frequente foram a Sudeste, com 12,1% dos estudantes assumindo ter praticado o bullying, e Centro-Oeste, onde 14% confessaram esse tipo de atitude.

Em outra pesquisa da Plan Brasil mostrou que cerca de 70% dos alunos do país já viram algum colega ser maltratado pelo menos uma vez na escola. Na Região Sudeste, o índice chega a 81%, revela o estudo feito pelo Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (Ceats), a pedido da Plan.

“O bullying não é uma simples brincadeira de criança ou apelido que às vezes constrange. Tem casos que são gravíssimos, chegam a espancamentos. A criança não pode ir na escola, porque sabe que vai apanhar”, diz a coordenadora da Plan, Cléo Fante.

Essas práticas violentas acabam por causar prejuízos na aprendizagem dos agredidos, os sintomas mais citados pelos jovens ouvidos foram a perda do entusiasmo, perda da concentração e o medo de ir à escola. Os agressores também têm problemas, segundo Cléo. Muitos acabam ficando deslocados ao chegar ao ensino médio, quando o bullying é menos tolerado.

Curitiba — Preocupada com esse problema, no final de maio a Secretaria Municipal de Educação de Curitiba promoveu um seminário para discutir o bullying e o cyberbullying. Os avanços das tecnologias e a propagação de diferentes formas de assédio, principalmente entre os estudantes das turmas de 5ª e 8ª séries também ganhou espaço no seminário.

A organização do Seminário partiu da possibilidade do ambiente escolar ser tomado de riscos e oportunidades. Abordou o ambiente educativo como espaço onde ocorre a socialização de meninos e meninas, com a manifestação de diversas culturas, a percepção das diferenças, e as ações de solidariedade.
 
do Jornal do Estado

Filme no museu para quem quer fugir do futebol

Como já dizia Nelson Rodrigues, “toda unanimidade é burra”. Enquanto quase toda a população de Curitiba parou na frente de uma televisão para acompanhar o primeiro jogo da Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo de 2010, pelo menos nove pessoas preferiram ir ao Museu Guido Viaro, no Centro da cidade, assistir a um raro filme polonês.


Haverá um filme diferente em exibição no museu justamente no horário de cada jogo do Brasil. A ideia da Copa Sem Bola é de Guido Viaro Neto, fundador do museu. “Não esperamos nada. Se não vier ninguém, eu mesmo assisto ao filme e manterei as próximas exibições”, brincou.


Instantes depois chegou o primeiro espectador. O professor e tradutor Ignacio Dotto Neto, 40 anos, considera o período de Copa do Mundo angustiante. “Não aprendi a ter paciência de ver um jogo de futebol até o fim. Já esse filme eu sei que não terei oportunidade de ver em outra situação”, explica.

Aos poucos, a sala onde seria feita a exibição do filme Amador, dirigido por Krzystof Kieslowski em 1979, teve os lugares preenchidos. Acompanhado da namorada, o skatista David Thiago, 21, também chegou na hora. “Não gosto de futebol e achei o filme diferente. Viemos conhecer e fugir do barulho que está nas ruas”, conta o rapaz.

O músico Anderson Zabrocki, 24, garante que retornará no horário de todos os jogos da Seleção. “É tudo motivo para carnaval e para as pessoas fugirem do trabalho”, reclama.

Camila de Souza, 19, universitária, é outra pessoa que não se interessa pela Copa do Mundo. “Nem sei quem é o técnico da seleção, muito menos os jogadores”, confessa.

As portas da sala de exibição se fecharam para que o público presente pudessem ver o filme. Um casal chegou atrasado minutos depois. Do lado de fora do museu, a funcionária Vânia Franco, 25, contrariava o clima de falta de interesse por futebol buscando com ansiedade informações sobre o placar da partida entre Brasil e Coreia do Norte.

Filmes

Por enquanto, a Seleção Brasileira tem três datas e horários de jogos definidos. Contudo, sete filmes raros foram selecionados para exibição. “Se o Brasil não passar de fase, faremos a exibição dos últimos quatro filmes nas semifinais e final da Copa”, explica Guido Viaro Neto.

Os filmes escolhidos são de épocas e países diferentes. Enquanto a seleção estiver em campo para enfrentar a Costa do Marfim às 15h30 deste domingo, será exibido o francês O atalante, de Jean Viago, lançado em 1934. Às 11h do dia 25 será a vez do filme brasileiro mudo da década de 30, Limite.

Ainda participam da mostra o filme japonês Bom dia, de 1959; o espanhol O espírito da colméia, de 1973; o sueco Música na noite, de 1948; e o filme da Tchecoslováquia Marketa Lazarová, de 1967. A entrada é gratuita.
 
do O Estado do Paraná

Fruta mágica da África

15 de jun. de 2010

Animais selvagens sacodem árvores de marula para devorarem ps frutos caídos. Noivos nativos constumam se casar em suas sombras, por acreditarem que isso trará felicidade eterna ao casal.

No Brasil - e em outros 149 países do mundo - o sabor e a fama da marula chegaram com o licor Amarula Cream, criado há aproximadamente 20 anos. Mas a fruta é muito mais do que isto. Além de dar origem à conhecida bebida, é um ícone africano. Rica em vitamina C e com a semente cheia de óleo natural, atrai diversos animais, como os macacos e os elefantes - que chegam sozinhos ou em manadas para sacudir as árvores até que as frutas caiam. No chão, especialmente no verão, começam a fermentar e proporcionam um sabor adocicado e levemente alcoólico. Eles então as devoram, ficando muitas vezes bêbados.


As árvores também são sonho de consumo dos jovens casais de noivos africanos, que acreditam em suas propriedades afrodisíacas. As cerimónias realizadas sob uma delas teriam grandes chances de trazer felicidade eterna, o que faz com que algumas tribos a chamem de Árvore do Casamento. "Sua fruta ainda é utilizada para fins culinários e medicinais, podendo ser ingerida pura, gelada ou transformada em gelatina, cerveja ou geleia", explica Jaime Maurtua, diretor-geral para a América Latina do grupo Distei!, que produz o Amarula Cream.

Multifuncional, até mesmo a noz da marula é aproveitada. Rica em óleo, é utilizada na produção de cosméticos. Da árvore, nem a casca é desperdiçada. Ela é usada para diversos fins, dentre os quais está a crença em que determinaria o sexo dos filhos do casal, até o tratamento de dores de estômago ou a cura para o sarampo. Mas, segundo Maurtua, uma de suas mais importantes funções tem sido mesmo a social. "Estima-se que aproximadamente 60 mil pessoas dependam da renda gerada pêlos residentes que vendem a marula para a fábrica", diz Maurtua.

Um relatório recente do Institute of Natural Resources apontou que, por meio de seu desenvolvimento na área, a Distei! injeta aproximadamente o equivalente a R$ 1,5 milhão por ano na economia local. Como a estação de colheita da marula dura somente cerca de seis semanas, o que deixaria os residentes sem renda durante o resto do ano, diversos programas de desenvolvimento económico sustentável foram criados - após um processo de consul¬ta com os chefes das tribos - para assegurar que os resi-

Cerca de 60 mil sul-africanos vivem da colheita da marula.

dentes locais que fornecem a fruta para a fábrica tenham outras alternativas de sobrevivência. Cinco vilas já foram apoiadas por programas de desenvolvimento econômico. Isto inclui desde projetos de fabricação de cercas de arame até construções de creches ou centros comunitários. Além de fornecer o espaço de trabalho, a infraestru-tura e a matéria-prima, a Amarula também patrocina o treinamento dos residentes envolvidos nestes projetos.

Os elefantes, símbolo internacional do licor feito a partir da marula e marca registrada de seus rótulos, são da mesma forma beneficiados por ações de incentivo, como o Programa Amarula de Pesquisa sobre o Elefante Africano. Fabricado desde 1989, o licor cremoso é o líder de mercado entre 'os similares importados no Brasil, onde geralmente é consumido puro ou com gelo. A bebida foi eleita como o melhor licor do mundo por três vezes consecutivas (2006 a 2008) pela The International Wine & Spirit Competition, reforçando sua tradição e tornando a fruta notória internacionalmente.

da Revista Top View

Tevê sem cores - A TV no Armário mostra o despreparo das emissoras brasileiras nas questões de gênero

15-06-10
À primeira vista, parece que nunca a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) esteve tão bem representada na telinha. Em praticamente todas as novelas há pelo menos um personagem homossexual – quase sempre recebido com simpatia pelo público –, assim como nos humorísticos e até nos reality shows; no jornalismo, eventos como a Parada Gay de São Paulo (que no início do mês reuniu mais de 3 milhões de pessoas na Avenida Paulista) ganham ampla cobertura da mídia, e os representantes do movimento são fontes recorrentes para entrevistas.


O que poderia parecer um sinal de tolerância e simpatia, quando observado mais atentamente, porém, se revela mais um instrumento para garantir e perpetuar a dominação da maioria heterossexual sobre quem não se encaixa nesse modelo – camuflado pelo verniz do politicamente correto. É o que demonstra o jornalista Irineu Ramos Ribeiro no livro A TV no Armário (134 páginas, R$ 31,90), lançado no início do mês pela Edições GLS.
 
Versão ampliada da dissertação de mestrado em Comu nica ção pela Universidade Paulista (Unip), defendida pelo autor em 2008, o livro parte de um minucioso levantamento da cobertura jornalística da edição de 2007 da Parada do Orgulho Gay de São Paulo na tevê aberta (mais os canais pagos Globo News e Band News) e se estende à abordagem das diferenças de gênero em programas de humor, entretenimento e nas telenovelas.


Em dois anos de pesquisa, balizada pelo pensamento de Michel Foucault e pela teoria queer (do “estranhamento”, descrita na livro), Ribeiro chegou à conclusão de que, apesar de todo o discurso politicamente correto e do alardeado respeito à diversidade, a televisão continua desqualificando a comunidade LGBT, ao mostrar gays, lésbicas, travestis ou transgêneros de forma caricata, superficial, deselegante e/ou preconceituosa.

E o pior é que, aparentemente, nada mudou desde a gestação da obra. Se em 2007 a cobertura jornalística da Parada Gay de São Paulo – descrita por Ribeiro no livro – já foi lamentável, a de 2010 foi “medonha”: “A tevê aberta se limitou a mostrar uma caricatura do gay: só apareciam drag queens e travestis fazendo caretas”, comentou o autor em entrevista à Gazeta do Povo. “Essa abordagem caricata é uma forma de dominação. Mostrar um gay exatamente igual a mim incomoda as pessoas, por isso eu preciso desqualificá-lo.”

Sob Nova Direção (Globo) e Beija Sapo (MTV), dois dos programas analisados e que também escorregaram feio no tratamento destinado aos homossexuais, não são mais exibidos. Assim como a novela América, que segundo Ribeiro apelou para o sentimentalismo e perdeu a chance de mostrar um romance gay com mais naturalidade. Mas os deslizes continuam ocorrendo em diversas outras atrações, incluindo a última edição do Big Brother Brasil, apelidada de “BBB da diversidade” por ter três homossexuais entre os participantes. Entretanto, quem faturou o prêmio de US$ 1,5 milhão foi o “machão” Marcelo Dourado, que diversas vezes teve um comportamento homofóbico.

“A ideia em si, de colocar três gays no BBB, foi muito interessante”, analisa Ribeiro. “Mas eles foram podados o tempo todo. Como naquele episódio da mesa, quando o Dourado levantou e disse que ia vomitar porque o Serginho estava falando de homem. Na sequência, ficou acertado que Serginho e Dicésar não falariam mais de homem à mesa, e em contrapartida Marcelo Dourado deixaria de arrotar... percebe o absurdo? Associar uma questão afetiva dos gays com algo tão repugnante quanto um arroto?”

Erom Cordeiro e Bruno Gagliasso: happy end sem beijo no desfecho de América (Reprodução/TV Globo)

Um oásis de tolerância e respeito com o gay na mídia é representado pelo jornalista Caco Barcellos, da Rede Globo – uma edição do seu Profissão: Repórter foi o único programa elogiado no livro de Ribeiro. “É um profissional a ser imitado pelos colegas, pela abordagem séria, criativa e respeitosa”, resume o autor. “E tem outra grande qualidade: deixa a fonte falar, não sai com a pauta fechada da redação, como mostrou num programa recente sobre as famílias de homossexuais.”

Segundo Irineu Ribeiro, a televisão ainda tem um longo caminho a percorrer, se quiser retratar a diversidade sexual de forma mais adequada. “Meu objetivo com o livro foi levantar a discussão, questionar a abordagem feita pela mídia. Repensar essa abordagem precisa ser um exercício diário, que pode começar escolhendo-se melhor os profissionais que vão falar de sexualidade na televisão.”


Distorção


Confira os principais equívocos que a televisão comete ao tratar da diversidade de gêneros:

Redução

Um evento capaz de atrair mais de três milhões de pessoas, como a Parada Gay de São Paulo, é quase sempre retratado de forma reducionista – apenas pelo aspecto pitoresco (drag queens caricatas), numérico (quantidade de pessoas) ou econômico (o impacto da manifestação no comércio e na rede hoteleira). Não há a preocupação em mostrar o objetivo da Parada, as reivindicações da comunidade ou o lado humano dos participantes.

“Contaminação”

Muitas vezes a mídia se apressa em associar as manifestações homossexuais com fatos negativos. A cobertura da Parada Gay paulista de 2007 teve três exemplos: a depredação de lojas da Avenida Paulista, promovida por punks; a responsabilização por uma cartilha que orientava usuários de drogas injetáveis a não compartilhar seringas (produzida e distribuída pelo Ministério da Saúde), e o assassinato de um turista francês (que, soube-se depois, nem sequer tinha participado do evento).

Preconceito

No extinto programa Beija Sapo, apresentado por Daniela Cicarelli na MTV – que teve a edição gay analisada por Irineu Ribeiro –, ao ouvir um participante dizer que era “para casar”, a apresentadora emendou: “Preparem o véu e a grinalda!”. Ou seja, ironizou o rapaz que desejava outro homem, atribuindo-lhe uma condição feminina.

Ridicularização

No quadro “Cara/Crachá” do dia 6 de maio de 2006, estrelado por Paulo Silvino no Zorra Total, o porteiro Severino debocha dos trejeitos do diretor, a quem acusa de incorporar uma “bichona de Carmem Miranda”. Portanto, homens que fogem aos padrões masculinos estabelecidos são desqualificados, e mais uma vez têm a imagem associada à figura feminina. Além da homofobia, manifesta uma misoginia embutida.

Alarmismo

Em uma edição do extinto programa Sob Nova Direção, descrita no livro, um jovem gay ameaça se matar depois de saber que o pai vem visitá-lo – por medo de que ele descubra sua orientação sexual. A sugestão da morte como solução para o enfrentamento de um problema familiar traduz um drama do universo gay de forma exagerada e irrealista.

Marginalização

Em 2005, o primeiro beijo gay da teledramaturgia brasileira bateu na trave, no último capítulo da novela América, entre os personagens Zeca (Erom Cordeiro) e Júnior (Bruno Gagliasso). A autora, Glória Perez, chegou a admitir que o beijo seria veiculado, mas no fim ele ficou apenas subentendido. Para Irineu Ribeiro, mesmo quando os personagens gays têm visibilidade e são bem aceitos pelo público, como neste caso, eles sempre ficam à margem da história principal – como se fosse uma concessão da sociedade heterocentrada. “Queria ver um gay protagonizar uma novela”, dispara o autor.
 
Serviço

A TV no Armário. Edições GLS, 134 páginas, R$ 31,90.
 
da Gazeta do Povo

Chegou a vez do Blu-ray?

Fabricantes estimam que 150 mil aparelhos sejam vendidos este ano no país. Mas, em relação às vendas, o DVD tradicional ainda ganha de goleada

Ataide de Almeida Jr.

A pergunta do título desta matéria pode ser respondida com um sim, se o país em questão for os Estados Unidos. O aparelho reprodutor de discos em alta definição gerou apenas em 2009 no mercado norte-americano US$ 1 bilhão em lucro para as empresas de eletrônicos, de acordo com a Consumer Eletronics Association (CEA). A previsão segue otimista para todo o ano de 2010. Os analistas da CEA projetam vendas de 11,5 milhões de aparelhos e cerca de US$ 1,5 bilhão de receita.


No entanto, quando o assunto é Blu-ray no Brasil, o crescimento ainda vai ser tímido. Os fabricantes estimam que sejam vendidos 150 mil aparelhos este ano, 50 mil a mais que em 2009. No ano passado, apenas 6% de todos os produtos de vídeo correspondiam aos tocadores de filmes em alta definição. Apesar dos números, o clima é de otimismo. A indústria espera que o mercado de Blu-ray siga o rastro das vendas de televisores Full HD para a Copa do Mundo da África do Sul e apresente crescimento ainda maior. “Não podemos dizer quantos aparelhos a Samsung pretende produzir para a venda, mas posso afirmar que iremos dobrar o volume de produção”, explica Márcio Portella, diretor da divisão de eletrônicos de consumo da Samsung.

Para a LG, não só a Copa do Mundo irá alavancar as vendas dos Blu-rays no Brasil, mas também a maior quantidade de títulos disponíveis para compra. “O mercado vai decolar quando o preço cair, mas não adianta o aparelho ser barato e conteúdo ser caro. É o conjunto que vai fazer o Blu-ray seja mais procurado”, explica Rafael Gris, gerente de produtos de áudio e vídeo da LG. O início da produção de aparelhos na fábrica de Manaus da LG no fim do ano passado trouxe boas expectativas de vendas para a empresa. O modelo mais barato da companhia custa R$ 599 e é uma das apostas para conquistar o mercado. “Queremos vender cerca de 20% de aparelhos este ano”, afirma Gris.

O desconhecimento dos consumidores quanto a nova tecnologia é outro ponto que merece destaque. O grande questionamento é o que muda e por qual motivo deve-se comprar um aparelho de Blu-ray. Aspectos como a alta qualidade da imagem, o maior espaço da mídia — que possibilita a inclusão de vários extras — e o preço ainda passam despercebidos para o consumidor. “Temos que educar o consumidor, mostrar para eles que com o Blu-ray ainda é possível tocar DVD. O Blu-ray é apenas um adicional ao aparelho”, afirma Gris da LG.

A concorrência com o DVD tradicional também é um dos empecilhos para a popularização do aparelho. No ano passado, foram vendidos 4,2 milhões desse aparelho. Para este ano, a expectativa é de 3,7 milhões. Mesmo com a queda, a demanda ainda continua forte. Por isso, os fabricantes ainda são cautelosos em anunciar o fim do DVD tradicional. “Quando souber de alguém que tenha essa data me avise”, brinca Portella, da Samsung.

Região A

O preço dos filmes e shows em blu-ray também é um entrave para o crescimento do aparelho no Brasil. O sucesso de bilheterias do diretor James Cameron, Avatar, não é vendido por menos de R$ 79 nas lojas. É nesse ponto que a divisão das regiões para distribuição dos filme Blu-ray favoreceu o Brasil. O continente americano e a Ásia Central fazem parte da região A. Com isso, grande parte dos títulos de Blu-ray já começam a chegar aos Estados Unidos e Hong Kong com legendas e áudio em português. O mesmo filme de Cameron sai por US$ 19,90 (R$ 35) na Amazon.com.

No entanto, nem todos os títulos são vendidos assim. Para facilitar o serviço de busca por Blu-rays legendados em português, o analista financeiro Fábio Vasques, 28 anos, criou o site Blu-Rays Legendados. Na página, é possível encontrar produções antigas, lançamentos e, o melhor, preços baixos em diversas lojas do mundo. “Eu participava de um fórum na internet, no qual os usuários compartilhavam os títulos legendados. Mas, a busca não era fácil. Por isso, tive a ideia de reuni-los em um site”, explica. A página teve mais de 30 mil visitas no mês passado.

O site possui apenas filmes e shows que rodam em aparelhos do Brasil e que possuem legenda e áudio em português. “Vou atrás de reviews em outros sites que detalham o conteúdo dos discos. No site, todos eles têm legenda em português. Há títulos em português de Portugal, que são identificados com a sigla PT-PT”, afirma.

Para Vasques, este ano o Blu-ray vai ter um avanço bem maior que o ano passado. “Temos a maior parte das grandes distribuidoras no Brasil lançando os discos quase que simultaneamente com os DVDs tradicionais”, explica. O grande problema do site, aponta o analista o financeiro, ainda é o medo das pessoas em comprar discos do exterior, por causa do idioma das páginas — geralmente em inglês — e as dúvidas sobre frete e taxas de importação. A solução foi didática. Há no site um vídeo explicativo e um guia para iniciantes.

A indústria também tenta diminuir o preço da mídia com a implantação de fábricas no Brasil. A Microservice iniciou no fim do ano passado na fábrica de Manaus a produção de mídias Blu-ray. O local é capaz de fornecer até 400 mil unidades de discos por mês. A unidade já produz os discos nos formatos BD25 (25GB) e BD50 (50GB). “Acreditamos no potencial desse novo mercado que, a partir de 2010, irá trazer bons frutos para todos os elos da cadeia”, afirmou Isaac Hemsi, diretor da Microservice, durante o início da produção.

Blu-ray legendados
http://www.blurayslegendados.com/


Blu-ray mais acessível

Mercado tem produtos com preços abaixo de R$ 600. Modelos que gravam o conteúdo e que rodam 3D são esperados ainda para este ano

Ataide de Almeida Jr.
 
Após a definição da briga entre o HD-DVD e o Blu-ray — no qual o segundo saiu campeão — a indústria começou a incluir no mercado diversas opções de Blu-ray. A aposta em 2007 era que em 10 anos o aparelho já substituíssem os tradicionais DVD. No entanto, o produto ainda é considerado caro para grande parte da população — principalmente no Brasil — e parece que vai levar mais tempo para que domine o cenário.


Algumas empresas sem tradição no mercado de DVDs começam a despontar e trazer mais competitividade para o segmento. A TecToy, por exemplo, — conhecida pela fabricação de videogames, como o antigo Master System — foi a primeira a lançar um Blu-ray fabricado no Brasil (em fevereiro de 2009), o modelo DBR-750. Assim como os aparelhos das gigantes da indústria de eletroeletrônicos, o Blu-ray da TecToy possui conexão LAN e conexão USB, que permite exibir fotografias no formato JPG ou ouvir músicas em MP3, WMA ou WMV gravadas em discos ou dispositivos USB, além de armazenar os conteúdos exclusivos recebidos por meio da função BD Live. O preço é ainda mais atraente, R$ 499.

Para não fazer feio diante das investidas de empresas novas no mercado, os gigantes da indústria também baixaram os preços. O modelo Blu-ray de entrada da LG sai por R$ 599. Já a Samsung traz o BD-C5500 a R$ 649 e a Panasonic vende o DMP-BD60PU-K por R$ 799.

Blu-ray 3D

A explosão de filmes tridimensionais e o lançamento de televisores com essa tecnologia abriu uma nova partição para o mercado de Blu-rays. A Sony, a Samsung e a LG prometem já para este ano o lançamento desses produtos. Claro que além de filmes em três dimensões os equipamentos podem ainda reproduzir discos Blu-rays normais e DVDs tradicionais.

O modelo BD-C6900 da Samsung é compatível com qualquer televisor 3D — plasma, LCD ou LED — e possui a função DVD Up Scalling 1080p, que simula em um DVD normal a alta resolução. Além disso, a interatividade por meio do Internet@TV é ponto alto. O usuário conecta o aparelho pela porta Ethernet ou Wi-Fi e ícones de sites são reproduzidos diretamente na TV. Além de notícias e vídeos do YouTube, os equipamentos exibirão conteúdos do Twitter, Getty Images e History Channel.

Assim como o concorrente, o Blu-ray 3D da Sony vai trazer informações da internet por meio de sites parceiros. O BDP-S470 traz ainda a opção de controla-lo pelo iPhone ou iPod Touch e permite a visualização de informações do disco a ser reproduzido nos aparelhos. Para quem já possui um PlayStation 3 e quer ver filmes em três dimensões, a empresa já disponibiliza um firmware para o console transmitir as imagens.

A LG pretende trazer o aparelho ainda este ano, mas apenas para demonstração. “Ainda não há demanda no mercado para este tipo de tecnologia. Queremos trazer para que o consumidor comece a se adaptar e depois aderir ao produto”, explica Rafael Gris, gerente de produtos de áudio e vídeo da LG. No exterior, o modelo já foi lançado. No Brasil, chega ainda este ano.

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Alta definição

Uma das grandes novidades quando foram lançados os videocassetes era a possibilidade de gravar o conteúdo da televisão em fitas e assistir depois. A chegada do DVD trouxe os aparelhos gravadores que substituíam os VCRs e ainda possibilitavam passar as gravações para os discos. No entanto, não houve uma grande demanda do público, pois a internet já começava a trazer na íntegra os programas exibidos na TV.

Por conta desse fluxo de conteúdos na internet aliado aos novos aparelhos das empresas de tevê a cabo — que permitem a gravação dos programas e armazenam em um HD interno — o mercado ainda não vê com bons olhos a chegada dos aparelhos Blu-ray capazes de gravar. “Ainda não temos planos de trazer aparelhos que gravem o conteúdo, pois não há mercado”, explica Rafael Gris.

Fora do Brasil, duas empresas começaram a investir timidamente nesse segmento. A JVC lançou no ano passado um aparelho combo, que possibilita a reprodução de filmes em Blu-ray e fitas cassete. Os filmes caseiros podem ser passados das fitas para a versão em alta definição — claro que mantendo a compatibilidade da imagem.

A Sony é outra empresa a investir na área. A empresa lançou cinco modelos que possuem um discos rígidos interno de até 2TB e permitem 253 horas de gravação em alta definição. Os produtos estão disponíveis nas lojas dos Estados Unidos e Japão, os preços variam de US$ 1 mil, com HD de 320GB, e US$ 2,8 mil para 2TB de armazenamento.

Sony BDP-S360
 
Compacto e elegante, o aparelho é capaz de transmitir som também alta definição e possui menu inspirado no PlayStation 3, o que torna o acesso aos comandos muito mais fácil. O recurso Upscale ajuda a exibir os conteúdos de DVDs tradicionais com melhor qualidade.


Decodificadores Dolby Digital Plus, Dolby TRUE HD e DTS-HD

Recurso Bravia Sync: integra o home theater, Blu-ray e TV Sony via conexão HDMI

Converte os sinais de vídeo convencionais do DVD para alta definição

Função BD Live, permite baixar conteúdo extra de filmes e shows da internet

Preço: R$ 699


LG BD370
 
Com design simples e, ao mesmo tempo, sofisticado, o aparelho traz um botão com iluminação variável de três cores para indicar o tipo de mídia em reprodução – iluminação azul para Blu-ray, laranja para DVDs e roxa para mídias em DivX e demais formatos


Saída com decodificador de Áudio para 7.1 canais

Decodificadores Dolby Digital Plus, Dolby TRUE HD e DTS-HD

Acesso ao YouTube

Função BD Live, permite baixar conteúdo extra de filmes e shows da internet

Preço: R$ 999
 
do Correio Braziliense

Nova identidade começa a valer a partir de outubro

15-06-10
Todos os brasileiros vão ter de trocar RG e CPF por uma coisa só, mas troca não é para já

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A partir de outubro de 2010, os brasileiros vão poder aposentar os vários documentos da carteira e trocar tudo por um documento só. É nesta data que o RIC (Registro Único de Identidade Civil) deve entrar em circulação, informa a Polícia Federal. O RIC é um cartão magnético que conterá em um microchip informações como o RG, CPF, carteira de habilitação e título de eleitor, além da foto 3X4, da assinatura e das digitais.


Todos serão obrigados a trocar os documentos, mas a PF informa que não é preciso correr para tirar a nova identidade. Ainda não há prazo para que essa transição seja concluída. O custo do documento deve ficar entre R$ 12 e R$ 17, valor médio para se tirar um RG hoje.

Para obter o RIC, é preciso passar pelos mesmos procedimentos da carteira de identidade: coleta de digitais, fornecimento de dados pessoais e assinatura. A diferença é que o processo será totalmente informatizado, garantindo um cadastro nacional biométrico [leitura de digitais para identificação eletrônica].

O objetivo da nova identidade, segundo o Instituto Nacional de Identificação da PF, é diminuir os riscos de falsificação e fraude de documentos. O novo cartão é feito de policarbonato [material mais resistente e que permite mais durabilidade que o plástico usado hoje] e impresso a laser em várias camadas.

Segundo o instituto, hoje, um mesmo cidadão pode fraudar um registro de identidade, tirando o documento em cada Estado do país. Com a unificação dos dados será mais difícil cometer este tipo de crime no Brasil.
 
A lei que determina a implantação do documento único foi aprovada em 2009 e o governo terá até outubro de 2010 para começar a emissão dos primeiros cartões. A Polícia Federal ainda aguarda a regulamentação da lei e criação de uma comissão para analisar o novo registro.


A previsão orçamentária inicial para a implantação das novas carteiras é de R$200 milhões.

Obrigatoriamente, o documento deve registrar RG e CPF, mas dados como carteira de habilitação e título de eleitor são opcionais.

Os locais que exigem porte de RG para determinadas atividades, como, por exemplo, embarque de voos domésticos, terão que colocar leitores de chip. Inicialmente, os passaportes não estarão dentro do projeto do registro único, tendo em vista que o número de identificação segue uma norma internacional.
 
do R7

Comercial questiona como seria Batman & Robin com temática homossexual

14 de jun. de 2010

14-06-10
O filme Batman & Robin, criado pela Neogama/BBH para divulgar o 17° Festival Mix Brasil da Diversidade Sexual, organizado pela Organização Cultural Mix Brasil, foi publicado na terceira edição deste ano da revista Archive. Usando como conceito a frase “Nem todo filme consegue ser como gostaria”, o comercial especula como esse grande filme teria sido idealizado inicialmente em torno da temática gay e, por algum tipo de censura, teve seu enredo modificado, ficando sem nenhum teor homossexual. O comercial se passa numa festa de Hollywood nos anos 50, onde um jovem roteirista vende para um produtor a história de dois super-heróis musculosos, que usam uniforme colado no corpo, tem fetiche por morcegos e que, apesar de bonitos e ricos, nunca se relacionam com mulher nenhuma porque são assumidamente gays. O produtor gosta da idéia, menos da parte onde eles assumem a homossexualidade. Eis que então entra o conceito “Nem todo filme consegue ser como gostaria”.

Na mais sombria e agitada animação da Pixar, "Toy story 3" aborda o adeus à infância

14-06-10
Imagine que você tenha feito uma malcriação e seus pais, irritados, tenham trancado todos os seus brinquedos no armário. É compreensível. Mas por 11 anos??!?


Nesta semana, finalmente, vai acabar o castigo para os fãs do desenho animado que deu vida a um punhado de brinquedos e reinventou a arte da animação com o cinema digital. Será a estreia do longa-metragem de animação em 3-D Toy Story 3.

Para quem não conhece os outros dois filmes – lançados pelos estúdios de animação Pixar em 1995 e 1999, com direção de seu fundador, John Lasseter –, o enredo da nova produção pode lembrar tanto uma comédia adolescente como uma paródia à maneira da animação Shrek. Essas histórias sempre tratam do fim da infância. Toy story 3 não seria diferente, se não contivesse os elementos que construíram a glória da Pixar: a conjugação da alta tecnologia com roteiros extraordinários.

Nesse terceiro filme, dirigido por Lee Unkrich, Andy é um rapaz de 17 anos que vai começar a faculdade. A mãe ordena que ele organize seu quarto e se livre de objetos supérfluos. Andy não quer obedecer, pelo menos não totalmente. Joga os brinquedos em um saco plástico para escondê-los no sótão. Mas ele se distrai, a mãe pensa que o saco se destina à doação a uma creche e o leva embora. Só o caubói Woody, esquecido em um canto, escapa e percebe o engano. Apavorados, os outros brinquedos temem ser destruídos pelas crianças pequenas da creche Sunnyside. Woody os encontra e tenta convencê-los de que foi um engano: Andy nunca quis jogá-los fora. Inicia-se então a corrida de volta para casa.

A atmosfera do filme toca o suspense e o terror, com muitas cenas de humor, não raro negro. A certa altura, a creche vira uma versão de prisão de segurança máxima. Em outra sequência de horror, Woody e seus amigos correm o risco de ser despedaçados e incinerados em uma usina de processamento de lixo. Nesse filme, descobrimos que nem todos os brinquedos são bonzinhos. Quando cai a noite e as crianças vão embora, a creche se transforma na versão infantil da ilha presídio de Alcatraz em São Francisco, que a equipe de animadores visitou em suas pesquisas.

Entre as participações especiais há o leão Mr. Pricklepant, um ator shakespeariano dublado na versão original pelo ator britânico Timothy Dalton (ex-James Bond), a boneca Barbie (que pertencia à irmã de Andy) e seu par, Ken, modelo 1986, com direito a trajes “vintage” e números de dança ao estilo da banda pop Abba. Algumas das cenas, de brinquedos sexualizados, combinariam com Shrek. “Nosso público não é apenas criança, mas toda a família”, disse John Lasseter a ÉPOCA. “Todos os desenhos animados de sucesso seguiram a regra.”

A Disney impediu por anos que a Pixar concluísse a trilogia Toy story

Toy story 3 se destina a esse público que cresceu, amadureceu e vai compreender toda a trama. São os mesmos espectadores que levavam as crianças ao cinema quando, há 15 anos, estreou o primeiro Toy story. O desenho causou uma revolução: era o primeiro longa de animação digital. Sua ideia era simples – o mundo infantil mostrado do ponto de vista dos brinquedos. A Pixar foi pioneira em planejar cada movimento, plano, cor, textura e volume tridimensionalmente no computador.

“O material tinha de ser de plástico porque era o único adequado para as ferramentas de animação daqueles tempos”, afirma o diretor Lee Unkrich, que integrou a equipe dos dois outros filmes. “Mesmo as figuras humanas tinham um aspecto irreal, quase não se distinguiam dos brinquedos.” Dois rivais de plástico – o vaqueiro Woody e o astronauta Buzz Lightyear – concorrem pelo amor do menino Andy. Os personagens voltaram quatro anos depois em Toy story 2, dessa vez unidos para escapar da destruição pelas crianças malvadas. É a metáfora da fragilidade dos brinquedos – e do mundo.

No terceiro filme, eles precisam escapar da aniquilação. Os brinquedos adquirem a consciência de que são precários. “Toy story 3 trata de uma mudança radical”, diz Unkrich. “É sobre aceitar as transições da vida. Os brinquedos têm de se conformar que Andy os ultrapassou, está ficando adulto e agora tem de enfrentar o mundo lá fora.” Os brinquedos devem se contentar com outras criancinhas, isso até que elas aprendam a brincar com computadores.

A história dos brinquedos de Andy espelha de forma curiosa a da Pixar. Quando Toy story estreou, Steve Jobs, então presidente da Pixar, disse a Lasseter : “Esta será nossa Branca de Neve”. Jobs acertou. Assim como Branca de Neve e os sete anões, o primeiro longa de animação da história, lançado em 1938, consolidou o império dos estúdios Disney, Toy story, o longa de animação digital pioneiro no cinema, fez da Pixar uma potência. A empresa parecia ter descoberto o segredo do sucesso, perseguido em Hollywood desde o início da indústria, nos anos 1910. No cinema, ninguém sabe nada sobre o segredo do sucesso. Isso até o lançamento de Toy story. “A partir de então, ninguém sabe nada sobre o assunto, exceto a Pixar”, afirma o jornalista Jonah Leher, na reportagem de capa deste mês da revista Wired. “Naquele tempo, todo mundo olhava torto para filmes com computação gráfica”, diz a produtora Darla Anderson. “Animação gráfica não era nem considerada arte. Conseguimos fazer o público entender e amar o que fazíamos. E outros estúdios nos seguiram. Essa foi a revolução.”
 
da Revista Época

Heróis supernormais, vem aí Kick Ass

14-06-10
Hiperviolento e ultrapop, Kick-Ass inaugura uma nova era para os filmes de super-heróis
Isabela Boscov

Dave Lizewski não é atleta do time de futebol da escola nem gênio da matemática; não é popular, mas também não é um coitado torturado pelos colegas. É um menino comum sob a aflição banal de ser adolescente. Dave, porém, acha que há uma cura para esse mal: com uma roupa de mergulho verde encomendada pela internet e dois bastões presos às costas, mais um pouco de treino (basicamente, poses intimidadoras praticadas diante do espelho), crê, ele pode virar Kick-Ass, super-herói contra o crime em Nova York. Dave não é idiota. Ele apenas lê quadrinhos. E os quadrinhos e os filmes baseados neles, como Homem-Aranha, X-Men e Batman, argumentam que é justamente das aflições íntimas que nascem os superpoderes ou, na ausência destes, a superdeterminação.

PEQUENA E LETAL
A extraordinária Chloë Grace Moretz como Hit-Girl: treinada pelo próprio pai para ser uma máquina de matar
 
Como Kick-Ass, então, Dave tenta interromper um furto, e descobre a distância entre os planos e a sua realização. É espancado, esfaqueado e, em seguida, atropelado. Passa meses no hospital, e sai dele com placas de metal afixadas aos ossos e uma resposta diminuída à dor. E lá vai Dave, de novo, com seu traje de neoprene e seus bastões, enfrentar um bando de marginais. Não só se sai um pouco melhor do que antes, como é filmado em ação por uma meia dúzia de celulares. Em questão de horas, portanto, é um herói no YouTube – e da nação. Kick-Ass – Quebrando Tudo (Kick-Ass, Estados Unidos/Inglaterra, 2010), que estreia no país na sexta-feira, não é uma bobagem. Da mesma forma que seu protagonista, o filme do diretor inglês Matthew Vaughn (do incisivo Nem Tudo É o que Parece, com Daniel Craig) se impõe uma missão – a de testar hipóteses sobre os sentimentos de vulnerabilidade e impotência que propiciam o culto aos super-heróis. Kick-Ass é hiperviolento, hiper-realista e tão transgressivo, na sua manipulação da cultura pop, quanto Pulp Fiction o foi em seu tempo. E é também capaz, quando menos se espera, de provocar emoção e choque genuínos.


A excelente performance do inglês Aaron Johnson como Dave é o que costura o filme; mas a carga de choque e emoção vem de dois outros personagens. Na primeira cena em que eles são vistos, Mindy, de 11 anos, veste um casaquinho branco e, com os olhos franzidos contra o sol, espera que seu pai dispare uma pistola 45 contra ela. "Você mal vai ter tempo de sentir alguma coisa, querida", diz ele. Mindy leva o tiro no peito, levanta-se – e leva mais dois. Trata-se de uma aula: Mindy veste um colete à prova de balas e está sendo ensinada a resistir à dor e ao medo. Damon, seu pai, é um louco que mantém em casa um arsenal e treina a filha para ser uma máquina de matar. Mas, graças aos desempenhos estupendos de Nicolas Cage e Chloë Grace Moretz, essa relação tão estranha transborda ternura, alegria e sentimentos mútuos de proteção. Da mesma forma que o encanto de John Travolta por Uma Thurman, em Pulp Fiction, a devoção entre pai e filha é o elemento que propulsiona Kick-Ass, e que o diretor Vaughn ressalta acima de todos os outros em sua adaptação do quadrinho homônimo lançado há dois anos. (Vaughn, aliás, levantou sozinho os 30 milhões de dólares do filme, o que explica como um material tão subversivo chegou intacto à tela.)

Assim como Dave, pai e filha vivem a fantasia de ser super-heróis: de noite, ele enverga uma capa preta e ela esconde as marias-chiquinhas sob uma peruca roxa, transformando-se em Big Daddy e Hit-Girl. Mas, ao contrário de Kick-Ass, eles são o artigo legítimo – em especial Hit-Girl. É horrível ver uma menina, e tão cheia de brilho quanto Chloë Grace Moretz, mutilando e chacinando homens adultos ou apanhando deles brutalmente. Mas o choque maior é outro – é constatar que a violência da garota é, na verdade, uma declaração de amor a seu pai. Em Kick-Ass não há mães, apenas pais. Todos eles tentam proporcionar alguma segurança aos seus filhos, e todos falham. É por causa de outro pai equivocado, o traficante Frank (Mark Strong), que o filme se encaminha para uma conflagração: Frank persegue o trio fantasiado por causa dos prejuízos que eles causam aos seus negócios – e seu filho (Christopher Mintz-Plasse, o desajeitado McLovin de Superbad) infiltra-se entre os heróis, sob o nome de Red Mist, para impressioná-lo. No fim, depois de profusa e acachapante violência, os sobreviventes jurarão retomar sua missão de honrar e proteger as pessoas queridas. Mais violência certamente se seguirá. Assim como um Kick-Ass 2, que terá uma missão ainda mais difícil que a dos personagens: a de continuar, sem desvirtuar, uma criação tão original quanto esta.
 

da Revista Veja
 

2009 ·Clockwork News by TNB