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Brinquedos vivem crise existencial em 'Toy story 3'

17 de mar. de 2010

Primeiras cenas do longa foram exibidas em convenção em Las Vegas. Na história, Andy vai à faculdade e deixa os bonecos para trás.

Acabou a brincadeira para o caubói Woody, o astronauta Buzz Lightyear e seus amigos. "Toy story 3", exibido para um grupo seleto de donos de salas de cinema nos Estados Unidos, coloca uma nova questão para a turminha que, em 1995, levou a animação por computador para as telas de cinema do mundo: existe vida para um brinquedo depois que as crianças crescem?


"Vamos lá, vamos ver quanto a gente está valendo no eBay", lamenta um porco-cofrinho em um diálogo com os outros brinquedos enquanto Andy, seu dono, se prepara para ir à faculdade e deixá-los para trás.

Ainda que o filme não esteja finalizado, com muitas das cenas ainda em estado bruto, a sessão permitiu espiar um dos lançamentos mais aguardados do próximo versão norte-americano.

"As crianças mais novas que viram 'Toy story' e 'Toy story 2' quando saíram estão indo agora para a faculdade. Esse é o lugar onde está Andy, portanto é muito estranho e nostálgico para essas pessoas ver esse personagem, que é parte das suas infâncias, crescendo e enfrentando os mesmos desafios que eles", disse o diretor de "Toy story 3", Lee Unkrich, que trabalhou como motandor no primeiro filme e como codiretor no segundo.

O diretor de 'Toy story 3', Lee Unkrich (Foto: Matt Sayles/AP)

"Para qualquer um que tenha tido uma transição na vida - a ida à faculdade, pais mandando os filhos à faculdade, as pessoas deixando a faculdade e enfrentando o primeiro emprego. Essas são grandes transições. Nossos personagens, às suas maneiras, estão lidando com transições semelhantes", disse Unkrich em entrevista após a sessão.

Para os brinquedos favoritos de Andy, Woody e Buzz (dublados novamente por Tom Hanks e Tim Allen), a transição periga acabar com sua longa amizade. Em determinado momento, os dois discutem o que seria melhor para o seu futuro sentados à escada. Seus valores diminuíram ao longo dos anos, alguns de seus colegas foram jogados fora, doados ou vendidos em liquidações de garagem. Os brinquedos enfrentam sua própria mortalidade - o momento em que se perguntam: qual é o motivo de existir sem uma criança para brincar com eles.

Ursinho de pelúcia ditador

Previsto para estrear em 18 de junho, "Toy story 3" traz também vozes de atores como Joan Cusack, Don Rickles e Wallace Shawn. Entre os novos astros estão Whoopi Goldberg, Ned Beatty, Timothy Dalton e Michael Keaton.

As novas aventuras dos brinquedos os levam a um novo paraíso, uma creche infantil com um estoque inesgotável de crianças. Mas lá eles encontram um regime rígido imposto por um ursinho de pelúcia que decreta quais brinquedos irão acabar nas mãos das crianças mais boazinhas e quais ficarão com os pestinhas.

"Toy story 3" é o 11º longa-metragem do estúdio Pixar, da Disney, que recentemente venceu o Oscar de animação por "Up - Altas aventuras" - o estúdio venceu cinco dos nove Oscars de longas de animação desde a criação da categoria (os outros vencedores são "Procurando Nemo", "Os incríveis", "Ratatouille" e "Wall-E").

A produtora Darla K. Anderson ao lado de boneco de Buzz Lightyear (Foto: Matt Sayles/AP)

Alicerces da Pixar

Os profissionais da Pixar já sabiam desde 1999 que "Toy story 2" teria uma outra sequência. "Não fazemos continuações só por fazer, mas nesse caso, nós realmente amamos esses personagens e seu mundo", disse Unkrich. "Eles são o alicerce da nossa companhia. Pensamos neles como pessoas, não como personagens de desenhos animados. Portanto, queríamos muito visitar esse mundo outra vez. Mas não o faríamos se não tivéssemos algo grande."

A equipe criativa da Pixar se juntou em um retiro de dois dias no mesmo local onde bolaram a história original de "Toy story". Eles estavam pensando em uma ideia para "Toy story 3" havia anos, mas logo perceberam que ela não se sustentaria em um longa-metragem.

O primeiro dia se passou e nenhuma ideia nova apareceu. Então decidiram assistir a "Toy story" e "Toy Story 2" outra vez. "Não os víamos há anos. Então nos reunimos em torno de um laptop. Nem tínhamos uma TV", lembrou Unkrich. "Assistimos aos filmes e nos divertimos muito, muito mesmo. E quando eles acabaram, estávamos deprimidos, porque pensamos, como podemos fazer um novo filme à altura desses dois?"

"Estávamos deprimidos por um momento, mas então pensamos. Bem, nós fizemos esses filmes, então se alguém vai continuá-los, teremos de ser nós. Então nos encontramos no dia seguinte e, por sorte, os embriões de ideias apareceram."

A franquia se sustenta na premissa simples e esperta que a Pixar inventou no primeiro filme: que brinquedos ganham vida quando as pessoas não estão por perto.

A produtora de "Toy story 3" Darla K. Anderson ainda brincou com isso, sugerindo que os filmes da franquia beiram o documentário. "Penso que é um fato que brinquedos ganham vida. Não acredito que estejamos colocando isso em dúvida", disse. "Quando eu tinha 4 anos de idiade, acreditava que meus brinquedos estavam ligados a mim de um modo vivo."

Do G1

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