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Beirando os 30 anos, irmãos Hanson lançam oitavo disco de estúdio

28 de jun. de 2010


Nem parece, mas faz já 13 anos que a bobinha mas divertida música “MmmBop” ganhou o mundo. Ficamos carecas de ouvir os irmãos Hanson cantar em uníssono uma sopa de letrinhas sob uma melodia radiofonicamente poderosa. Também não parece, mas Isaac, Zac e Taylor, hoje, são quase trintões (29, 24 e 27, respectivamente). Depois de poucos lampejos em seus outros sete discos, Shout It Out, mais novo lançamento do trio norte-americano, chega para dizer: estamos maduros, mas somos limitados.


Quando os ventos estão à favor, não há dúvidas de que os rapazolas conseguem fazer canções pop brilhantes e funcionais – como a própria “MmmBop”, “If Only” e “Penny and Me”. Es-ses são os Hanson despretensiosos e ao natural, bebendo da inocência de grupos como Jackson’s Five, inspiração visível em seus primeiros discos. No novo trabalho, o único momento de “rédeas soltas” é em “Thinkin’ Bout So mething’”, que começa (quem diria) com um instrumento de percussão chamado cowbell antes (quem diria) de um naipe de metais elevar a canção e torná-la a mais redonda do álbum. É que crescer tem dessas coisas.

Ao mesmo tempo que os Hanson foram buscar no funk norte-americano dos anos 1960 e 70 suas principais referências para Shout It Out, algumas faixas revelam um anacronismo estranho, mas que não deixa de ser interessante. A afetada “Make it Out Alive” bem que poderia ser uma canção dos moderninhos Mika ou Sam Sparro. Já em “Me Myself & I” é relembrada (quem diria) a figura de sir Elton John.

Mas pobre meninos. As tentativas de evoluir musicalmente, de deixar para trás uma espécie de “adolescência eterna” que deve sempre os acompanhar, são quase em vão. Além das canções já citadas acima, “Carry You There” – uma tentativa de rock de arena, com guitarras mais pesadas – revela que existe um limite, criado justamente porque eles não são mais os Hanson de “MmmBops” atrás.

A produção é profissional ao extremo. Não deixa escapar uma colcheia ao piano, não se ouve um sopro de sax a mais e a percussão deve ter sido tocada com metrônomo. E isso é péssimo em se tratando de uma banda que tem historicamente a brincadeira musical como referência. A esterilidade funciona, talvez, em “Waiting for This”, em que o piano surge como instrumento líder e, forçando a barra, nas linhas de trompete em “Make It Out Alive”. De resto, a mixagem própria e contida foi como um tiro no pé, já que tirou da banda o que lhe era mais atraente: leveza, despretensão e espaço para o improviso. Mas acontece. Crescer (quem diria) é assim mesmo.
 
da Gazeta do Povo

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