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Razões para odiar o cinema 3D

21 de jun. de 2010

Crítico americano condena a nova tecnologia e a forma como Hollywood a usa para extorquir dinheiro do público

Crítico de cinema entre os mais influentes dos Estados Unidos, colunista do jornal Chicago Sun-Times, Roger Ebert publicou um artigo na revista Newsweek moendo a tecnologia 3D. Uma atitude ousada, quase insana, num país em que a indústria cinematográfica é poderosa. O texto se chamou “Por que odeio 3D (e você de veria também)” e listou nove problemas que, na opinião de Ebert, fazem o novo filão de filmes ser mais um problema do que uma solução.


Você pode ler detalhes dos argumentos de Ebert em quadro nesta página. O fato é que o crítico norte-americano se dispôs a fazer algo que quase ninguém fez. No Brasil, houve reportagens com oftalmologistas para descobrir se o efeito 3D causava algum problema de visão, se tentou explicar por que algumas pessoas têm dores de cabeça e outras simplesmente não enxergam o efeito na tela, mas poucos adotaram uma postura crítica diante da nova tecnologia, talvez por medo de parecer “quadrado” ou “ranzinza”. Fazer críticas ao cinema 3D é um pouco como ser contra o telefone celular ou a internet. Pode soar retrógrado e anacrônico. Um avô lamentando os bons tempos que não voltam mais.
 
Passado o entusiasmo inicial de qualquer novidade tecnológica, o passo seguinte seria avaliar qualidades e defeitos, ou mesmo a relevância do que surge por aí. E é fantástico ver alguém do calibre de Ebert usar energia e tutano para entrar no debate. Aos 68 anos completados na última sexta e brigando contra um câncer de tireóide, ele entra pisando firme numa briga de titãs que envolve bilhões de dólares em bilheteria e projetores digitais.


A Gazeta do Povo conversou com 20 espectadores entrando e saindo de sessões 3D. Ainda que o número seja pequeno demais e não tenha relevância alguma para saber o que pensa o público, é curioso que nenhuma das pessoas ouvidas – nenhuma – tenha se mostrado entusiasmada. Elas tinham acabado de ver ou de comprar ingresso para sessões de Alice no País das Maravilhas e Fúria de Titãs. As que foram ouvidas na saída, demonstraram graus diferentes de frustração.

O analista contábil Gilmar de Andrade, de 32 anos, viu Fúria de Titãs. O jornalista o abordou dizendo apenas que preparava uma matéria sobre cinema 3D sem dar detalhes da pauta. Em seguida, perguntou: “Que tal o filme?”.
“Não vi diferença nenhuma”, disse.

Andrade optou pela sessão 3D porque era no horário que queria. “Teria assistido à versão normal sem problema.” Ele conta que experimentou ver Avatar tanto na versão 2D quanto na 3D. Apesar de reconhecer as diferenças técnicas entre uma e outra, não entende o alarde envolvendo a nova tecnologia.

“Quando você olha para um filme em 2D, ele já é 3D no que diz respeito ao cérebro”, explica Ebert no texto da Newsweek. “Nossas mentes usam o princípio da perspectiva para fornecer a terceira dimensão. Adicioná-la artificialmente pode tornar a ilusão menos convincente.”

Algo ignorado pela maioria é o fato de a projeção 3D ser mais escura do que a tradicional – outro ponto levantado por Ebert. Citando um técnico influente para a indústria do cinema, Lenny Lipton, ele explica que os projetores digitais dividem a luminosidade entre os dois olhos, o que a reduz pela metade. Para piorar, os óculos também filtram um tanto da luz e o resultado é uma imagem escurecida.

Amanda Zandonadi, de 13 anos, também viu Avatar – em tese, o melhor filme em 3D lançado até o momento – e o achou “escuro” e “embaçado”. A estudante Gabriela Strapasson, de 20 anos “esperava mais” do filme de James Cameron, que já acumulou US$ 2,7 bilhões em ingressos vendidos no mundo todo.

Gabriela disse ter se frustrado porque imaginava que o público poderia “interagir” mais, que o efeito 3D seria mais “intenso”. Ebert, por sua vez, critica o marketing violento do 3D e, em alguns casos, enganoso. Vários filmes foram adaptados para o novo formato na pós-produção, criando um efeito meio fuleiro.

A ganância dos executivos de Hollywood é tamanha que eles não medem consequências e parecem não se importar que os falsos filmes em 3D assassinem o mercado para os verdadeiros. Alice no País das Maravilhas e Fúria de Titãs são exemplos de produções que tiraram proveito do momento, mas, originalmente, não foram pensados em 3D. Segundo Ebert, Tim Burton, o diretor de Alice, fora pressionado pelo estúdio a adaptar o filme.

É possível que a frustração de quem não vê nada extraordinário no 3D se deva, em parte, à propaganda que se faz dele, vendendo o formato como uma aventura sem equivalentes. Sobretudo para crianças. Os pais descobrem na prática que, dependendo da idade, os filhos não suportam ficar de óculos durante a sessão inteira. Não é difícil encontrar crianças que preferem ver o filme em 2D porque experimentaram o 3D e não gostaram.

Também controversa é a questão que envolve o preço do ingresso. Num dos shoppings de Curitiba, a diferença chega a 81%. Durante a semana, uma sessão normal custa R$ 11 e, no mesmo horário, a 3D sai por R$ 20. São R$ 9 a mais.

Perguntadas sobre o porquê do ingresso ser mais caro, as pessoas arriscam dizer: “Por causa dos óculos?”. Outras imaginam que o projetor ou mesmo o dinheiro gasto na produção do filme seriam as explicações. Nessa lógica, só o Avatar se enquadraria e mais um e outro. O grosso das produções não é realizado em 3D, mas só apresentado no formato.

Nos EUA, se supõe que os ingressos são mais caros por causa dos projetores novos. “A taxa a mais veio para ficar ou ela vai cair depois que os projetores forem pagos?”, questiona Ebert, para quem o 3D é uma forma de extorsão. No embalo, ele abomina o que chama de “falso 3D”, uma leva de filmes que estão se aproveitando do sucesso de Avatar.

Mas não leve o Ebert a mal. Ele diz ter amado Avatar e chama James Cameron de “gênio técnico”. Diz também estar ansioso para ver os trabalhos em 3D dos cineastas Werner Herzog e Martin Scorsese.
 
da Gazeta do Povo

3 comentários:

Free Softwers Download with Fullversion keys disse...

In 3D Movie are Realised our eyes and brain its really great effects latest technicls in movies new genration movies.
Thanks for the information about 3D movie.
Telugu News

27 de setembro de 2010 às 00:26
Amanda disse...

Sai do cinema com forte dor de cabeça e nariz sangrando mto.

27 de setembro de 2010 às 18:31
Endless Nameless disse...

Concordo quando dizem que a introdução do 3D não é o mesmo que a introdução do som no cinema. O 3D é algo que funciona em alguns casos, assim como aqueles brinquedos que soltam água e vento enquanto a pessoa vê o filme. A tela fica muito escura e na grande maioria dos filmes não tem efeito nenhum. Até hoje só o Avatar me surpreendeu.

É praticamente esfregado na cara do público que o 3D é feito para as companhias ganharem dinheiro. O público só diminui ano a ano e a concorrência com home theaters é grande. A maioria dos filmes foram tornados 3D na pós-produção.

Para o 3D realmente valer a pena, é preciso:
1) Fazer o filme em 3D desde o início da produção
2) Aumentar o brilho
3) Fazerem óculos de tamanhos diferentes. É um absurdo a pessoa ter que comprar um óculos de tamanho único e ser obrigada a usá-lo por 2 horas. Crianças pequenas e pessoas com cabeça grande tem dificuldades com ele.

O som acrescentou algo de importante nos filmes. O 3D, que já foi tentado nos anos 50, não acrescenta nada de especial. Não vi ninguém sair do cinema dizendo que o filme era mais legal porque era em 3D!


PS.: @Free Softwers Download with Fullversion keys:
Nunca pensei que havia spam com mensagens em posts sobre filmes 3D!

30 de setembro de 2010 às 03:36

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