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Política virtual é vista com receio por Curitibanos

22 de abr. de 2010

O uso de redes sociais da internet como forma de propaganda dos candidatos divide os curitibanos: 52% concordam e 45% discordam
KÁTIA CHAGAS

Os políticos que estão apostando nas ferramentas sociais da internet – como Orkut e Twitter – para conquistar votos nas eleições de outubro precisam aprender a interagir bem com os eleitores-internautas. Em Curitiba, pelo menos, uma grande parcela da população não vê com bons olhos o uso das mídias sociais pelos candidatos como forma de divulgação e comunicação. De acordo com levantamento do instituto Paraná Pesquisas, a maioria (52%) aprova o uso. Mas o porcentual daqueles que desaprovam está bem próximo: 45%. Outros 3% não souberam responder.


De acordo com especialistas ouvidos pela reportagem, as redes sociais digitais vão ganhar repercussão muito maior durante a campanha eleitoral, e por isso os candidatos agem certo ao aderirem a essas ferramentas. Além de se informar sobre as promessas de campanha, os internautas terão acesso aos “bastidores”, o que é um atrativo a mais. “Além de querer saber o plano de governo do candidato, as pessoas gostam da pimenta, da fofoca, querem saber de quem o político está falando mal”, disse Adriana Amaral, doutora em Comunicação Digital e professora da Universidade Tuiuti e pesquisadora do CNPQ.
 
Para Vinícius Nagem, professor da Faculdade Expoente e especialista em marketing político-eleitoral, o Twitter, por ser um espaço para manifestações curtas – no máximo 140 caracteres – vai funcionar como um Big Brother, acompanhando a vida diária do candidato. “É um canal que chama para o debate, mas não aprofunda ideias”, observa.


O Twitter, que às vezes se assemelha a um diário ou a um bloco de notas, ainda é pouco conhecido em relação ao Orkut – portal que reúne páginas pessoais e de comunidades sobre determinados temas. Mas, para o diretor do Parará Pesquisas, Murilo Hidalgo, o microblog está ganhando repercussão porque os meios de comunicação estão reproduzindo e comentando as mensagens postadas. “Isso faz com que o Twitter tenha força maior”, afirma. Como exemplo, ele cita o espaço conquistado pelo ex-governador Roberto Requião (PMDB), que é o mais comentado no Paraná pelo estilo crítico.

Testes

De acordo com Nagem, que também é diretor da Associação Brasileira dos Consultores Políticos (ABCOP), a eleição de outubro será histórica. “Essa eleição é um marco no marketing político do Brasil. Hoje o acesso à internet não se dá só via computador, mas por celular e outros mecanismos que não existiam anteriormente”, observa. Segundo ele, várias ferramentas novas serão testadas. Os candidatos terão condições de interagir de forma direta com o eleitorado, independentemente de onde estejam, graças às ferramentas virtuais. “Um candidato na Boca Maldita com uma bandinha, por exemplo, vai poder mandar mensagem ou até um filme via celular. Tudo que é novidade encanta”, diz.

No entanto, a desconfiança dos curitibanos em relação à internet como “santinho virtual” mostra que o sucesso nas urnas depende da estratégia usada pelo candidato para adequar o discurso ao perfil do eleitorado. As ferramentas como Twitter, Orkut, blogs e o Facebook (outro site que reúne redes de amigos e comunidades com algo em comum) vão ser usadas de forma conjugada na eleição. O que vai fazer a diferença será a linguagem usada por cada político em cada rede social. Para Adriana, da Tuiuti, o tom pessoal nas mensagens é que vai dar credibilidade e ganhar a confiança dos potenciais eleitores. “As pessoas estão em busca de conteúdo personalizado, não da opinião postada lá por um assessor do político. Querem relatos pessoais sobre o que pensam e pretendem, além da plataforma da campanha.”

Por outro lado, especialistas alertam para a necessidade de controle do conteúdo no mundo virtual durante a campanha (leia mais abaixo). Murilo Hidalgo defende uma fiscalização rigorosa por parte do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Segundo ele, denúncias infundadas, criadas por adversários políticos, podem confundir o eleitor. “Acho que a internet vai ser muito mais usada para o mal do que para o bem”, prevê o diretor do Paraná Pesquisas.
 
Da Gazeta do Povo

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